Uma declaração para proteger e recuperar populações de botos e os grandes rios onde vivem foi adotada esta semana por 11 países sul-americanos e asiáticos, do Brasil à Índia.
O acordo envolve criar e financiar medidas para erradicar redes de pesca de emalhe – que prendem e afogam os animais, pois respiram fora d’água –, reduzir a poluição, intensificar pesquisas e aumentar as áreas protegidas.
“Esses rios são a força vital de tantas comunidades e economias e sustentam ecossistemas críticos, de florestas tropicais a estuários”, diz Stuart Orr, líder Global de Água Doce da ong WWF, uma das apoiadoras da declaração.
A iniciativa chega num momento crítico das últimas seis espécies globais de botos fluviais. Pesca predatória, barragens e hidrelétricas, poluição agrícola e industrial encolheram seus números em 73%, desde os anos 1980.
As recentes mortes de mais de 150 botos no Lago Tefé, devastado pela seca na Amazônia brasileira, deixam claro que a crise climática engrossa o rol de ameaças à sobrevivência dessas espécies. A tragédia denota a urgência de medidas conjuntas para conservar a Amazônia, chave para a dinâmica climática mundial, e os botos, fundamentais para o equilíbrio ecológico, comenta em nota o WWF-Brasil.
Leia também
![](https://i0.wp.com/oeco.org.br/wp-content/uploads/2023/10/Emergencia-Botos-29-09-Miguel-Monteiro-5.jpg?resize=600%2C400&ssl=1)
Com continuidade da seca, estratégia de emergência é montada para salvar botos no Amazonas
São esperados pelo menos mais sete dias de seca e redução do nível do Lago Tefé. Cerca de 10% da população local de botos já foi perdida. Confira galeria de fotos →
![](https://i0.wp.com/oeco.org.br/wp-content/uploads/2023/10/Boto-Andre-KumarkInstituto-Mamiraua.jpg?resize=600%2C400&ssl=1)
2023 deve ser o ano mais quente da história
Serviço climático europeu mostra que setembro foi 1,75 °C mais quente do que a média pré-industrial para o mês, batendo todos os recordes →
![](https://i0.wp.com/oeco.org.br/wp-content/uploads/2023/10/04-10-2023-sobrevoo-e-visita-a-comunidade-de-catalo-atingida-pela-estiagem-em-manaus_53234378454_o.jpg?resize=600%2C400&ssl=1)
Dragar rios da Amazônia para enfrentar seca pode não ser uma boa estratégia
Medida é cara, ruim para o meio ambiente e de pouca eficácia para as populações, diz professor da USP especialista em ecologia de organismos aquáticos →