A próxima conferência dos 133 países ligados à Convenção das Nações Unidas sobre Espécies Migratórias (CMS, sigla em Inglês), a COP15, acontecerá de 23 a 29 de março do próximo ano em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul.
Será uma nova oportunidade para que cientistas, ongs, conservacionistas, indígenas, governistas e comunidades tradicionais respondam como conservar espécies que ultrapassam as fronteiras nacionais para se alimentar, reproduzir e repousar durante suas longas viagens.
“Os animais migratórios conectam o planeta, cruzando continentes, oceanos e céus em jornadas incríveis a cada ano, mas estão enfrentando pressões sem precedentes”, disse em nota da CMS sua secretária-executiva, Amy Fraenkel.
A destruição ambiental, o uso excessivo, a crise do clima, a poluição e outras façanhas humanas jogaram nas alturas os riscos de extinção desses animais, ressalta o relatório “Estado das Espécies Migratórias do Mundo”, do ano passado.
De aves a peixes, de morcegos a borboletas, tais espécies ajudam a manter o equilíbrio ecológico e a biodiversidade, além de dispersar sementes, polinizar, controlar pragas e doenças agropecuárias e manter economias, como o turismo.
O Brasil é parte da Convenção há uma década e palco do trânsito de variadas espécies migratórias, como o morcego-de-cauda livre (Tadarida brasiliensis) e o falcão-peregrino (Falco peregrinus), bem como tubarões, raias, tartarugas, pássaros, baleias e outros mamíferos marinhos.
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