Um filhote de maria-faceira (Syrigma sibilatrix) foi resgatado depois de ser encontrado caído no chão, no município de Ivinhema, no Mato Grosso do Sul. A ave foi levada até o quartel do Corpo de Bombeiros Militar (CBM) da cidade após ter sido encontrada por um morador.
À Polícia Militar Ambiental (PMA), o CBM disse que o morador tinha encontrado o filhote próximo de casa, no último sábado (10). Ainda conforme os bombeiros, o homem disse que a ave teria caído do ninho, e que os pais não tinham voltado para alimentá-la. O filhote não conseguia voar.
De acordo com a PMA, o exemplar tratava-se da espécie de garça-real (Ardea cinerea). A ((o)) eco, no entanto, especialistas afirmaram tratar-se de uma maria-faceira.
“É maria-faceira […] a garça-real tem íris mais escura e não tem a ponta do bico preta. De qualquer forma, a garça-real que ocorre aqui seria a garça-real-neotropical (Philerodius pileatus)”, explica o ornitólogo Guilherme Brito, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
“Mesmo filhotão, é fácil de identificar pelo bico bicolor com base rosada, área em volta do olho acinzentada. Além dos detalhes, a garça-moura-européia é um bicho bem maior”, acrescenta o biólogo Luciano Lima.
O animal foi recolhido pela PMA e ainda deve ser encaminhado ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), que fica em Campo Grande. O animal será reintroduzido em seu habitat natural, quando possível, informou a instituição policial.
Sobre a maria-faceira
A maria-faceira mede entre 53 e 64 centimetros. No Brasil, é a única garça com este padrão de coloração. Ainda conforme o Wikiaves, o nome popular está ligado às cores da cabeça da ave: face azul-claro brilhante, coroa cinza-escuro ou preta, que segue com longas penas ornamentais curvas e rígidas, com pontas amarelas ou brancas. O bico da maria-faceira é longo e delgado, de cor rósea e com mancha azul-violeta na ponta. Já a plumagem da garganta, pescoço e partes inferiores são amareladas. Sua área de ocorrência vai da Venezuela e Colômbia até o Brasil, Paraguai, Bolívia e Argentina.
*ERRAMOS (Atualizada às 20h44): Diferentemente do que informava a matéria anteriormente, a ave encontrada trata-se de um exemplar de maria-faceira (Syrigma sibilatrix) e não de garça-real (Ardea cinerea), como tinha informado a PMA.
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Michael Esquer
Jornalista pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), com passagem pela Universidade Distrital Francisco José de Caldas, na Colômbia, tem interesse na temática socioambiental e direitos humanos →
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