Trinta estudantes de graduação ou mestrado serão selecionados para um treinamento no uso de ferramentas quantitativas na ecologia. Realizado pelo Instituto Serrapilheira, a 5ª edição do Programa de Formação em Ecologia Quantitativa está com inscrições abertas até às 17h do dia 12 de setembro. O programa é dividido em duas etapas, envolvendo aulas, atividades e viagens de campo.
Podem se inscrever alunos de qualquer área que estejam na graduação ou mestrado, ou que tenham concluído o mestrado e estejam na etapa prévia ao doutorado, e que tenham interesse em desenvolver pesquisas com abordagem interdisciplinar em ecologia. Como consta no edital, um dos requisitos para a inscrição é o conhecimento e capacidade de se comunicar em inglês, já que a etapa de seleção e as aulas do programa serão no idioma. Além disso, o candidato também deve ter familiaridade com matemática básica e noções de cálculo, que serão usadas durante as aulas. Embora não seja um requisito, também é desejável que já tenha tido contato com alguma linguagem de programação, como R ou Python, por exemplo.
“O Programa de Formação em Ecologia Quantitativa é parte de um movimento do Serrapilheira, intensificado nos últimos anos, para ajudar a desenvolver a ecologia tropical como eixo estratégico para o país, que tem a maior biodiversidade do mundo. Queremos aproveitar o potencial do Brasil de liderança no combate à crise climática e à devastação de biomas e contribuir para tornar o país um polo global de cientistas da área”, destacou Hugo Aguilaniu, diretor-presidente do Instituto Serrapilheira.
Primeira etapa: curso teórico de verão
A primeira etapa consiste em um treinamento intensivo em ferramentas quantitativas usadas na ecologia teórica. Nessa fase, que ocorrerá entre janeiro e fevereiro de 2025 no Rio de Janeiro, o aluno terá aulas sobre temas como modelagem matemática, estatística e simulações computacionais, e desenvolverá um projeto em grupo. A ideia é trabalhar de forma interdisciplinar para responder a uma pergunta da ecologia usando modelos matemáticos.
Os aprovados receberão um apoio de R$ 3 mil para cobrir custos com alimentação e transporte durante esta primeira fase do curso. O programa também irá financiar as passagens de ida e volta para o Rio de Janeiro a alunos de outras cidades do Brasil, assim como a hospedagem durante o período de formação.
Além das aulas, o treinamento prevê uma “imersão científica” nas duas últimas semanas na região serrana do Rio, com seminários, workshops e palestras com cientistas que são referência na área. A lista de professores está disponível no edital.
Segunda etapa: curso de campo de inverno
A segunda etapa será um curso de campo em dois biomas brasileiros. Serão 16 estudantes selecionados, entre 30 participantes da primeira fase, para trabalhar em projetos em grupo que unam modelos matemáticos, computacionais ou estatísticos ao trabalho de coleta de dados, observações ou experimentos. Nas últimas duas edições, o curso de campo aconteceu na Mata Atlântica, no Parque Estadual do Itinguçu, em Peruíbe/SP, e depois na Floresta Amazônica, na Área de Relevante Interesse Ecológico do Km 41, próxima a Manaus/AM.
O edital está disponível no link.
Leia também
Além do plantio: incluindo pessoas na restauração florestal
Mais importante do que “apenas” plantar árvores, é necessário conciliar a conservação ambiental com produção sustentável através da integração de paisagens e pessoas →
‘Máquina de nuvens’: emissões da floresta amazônica e descargas elétricas produzem partículas de chuva
Estudo publicado na Nature demonstra mecanismo que faz isopreno – um gás liberado pela vegetação – gerar grandes quantidades de aerossóis, responsáveis por formar núcleos de condensação; processo pode ter influência no clima global →
Como a SPVS trabalha para educar e transformar a realidade ambiental no Paraná e no Brasil há 40 anos
Ciente de que a crise global em relação ao meio ambiente é, acima de tudo, uma crise educacional, instituição se dedica a trabalhar para mudança de mentalidades e cenários há mais de quatro décadas →