Representantes da área de mudanças climáticas, médicos, entidades ambientalistas e de defesa do consumidor, empresários e cinco ex ministros do Meio Ambiente (Rubens Ricupero, José Carlos Carvalho, Marina Silva, Carlos Minc e Izabella Teixeira) assinam uma carta organizada pelo Observatório do Clima contra o Projeto de Lei que libera o uso do diesel em carros de passeio no país.
O projeto de lei 1.013/2011 deverá ser votado essa semana comissão especial da Câmara, de onde seguirá diretamente para o Senado, caso seja aprovada.
O diesel é um combustível altamente poluente, usado no Brasil apenas em veículos comerciais pesados, como caminhões, ônibus e carros leves comerciais. Desde a década de 1970, o país veta a comercialização e fabricação de carros de passeio que usam o combustível, realidade que a proposta do deputado Aureo (Solidariedade-RJ) quer mudar.
Os ambientalistas consideram que o projeto é um atentado aos interesses da sociedade brasileira e defendem seu arquivamento. De acordo com os signatários, se aprovado, a proposta porá o Brasil na contramão da tendência mundial de reduzir a poluição no setor de transportes e dificultará o cumprimento das metas climáticas nacionais no Acordo de Paris.
“É incrível que ainda tenhamos gente no Brasil que aposta no obsoleto para justificar ganhos de curto prazo. O mundo caminha na direção da economia de baixo carbono e do crescimento inclusivo. O país que mostrou ao mundo o caminho dos biocombustíveis não pode ter como escolha usar diesel em seus carros de passeio. Não é só uma medida absurda ou extemporânea. É inaceitável”, disse a ex-ministra Izabella Teixeira.
Para o médico Paulo Saldiva, diretor do Instituto de Estudos Avançados da USP e um dos maiores especialistas do Brasil em poluição atmosférica urbana, o projeto de lei traz risco potencial de dano à saúde de milhões de habitantes de metrópoles brasileiras. “Os veículos a diesel são as principais fontes de compostos como particulados finos e óxidos de nitrogênio e enxofre, que causam problemas sérios de saúde. Deveríamos discutir como ampliar o transporte coletivo e reduzir o uso de diesel, mas o projeto propõe o inverso: mais transporte individual e mais diesel. Ou seja, mais congestionamento, ar mais poluído e, potencialmente, mais mortes precoces.”
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Ao FENDEL recomendo apresentar PROPOSTA de MOTORIZAÇÃO de VEÍCULOS / CARROS a PASSEIO a Óleo Vegetal NATURAL, certo que os VEÍCULOS de CARGA vão ser BENEFICIADOS, mais adiante.
A TECNOLOGIA já existe, SÓ falta os Cidadãos Brasileiros de BEM começar a LUTAR / DEFENDER os Seus INTERESSES.
O PETRÓLEO jamais foi NOSSO – Os ABUSADOS sempre MENTIRAM ! ! ! ! !
TUDO por Um BRASIL MELHOR ! ! ! ! !
Graças que foi rejeitado, além de todos os problemas que conhecemos sobre o assunto, temos um agravante, de possuir o pior diesel de todos!
Ambconsult
Na avançada e "ambientalmente correta" Europa…vários carros de passeio rodam a diesel. Quem tá certo? Bora incentivar o alcool, pra desmatar mais cerrado e mata atlântica? Bora usar gasolina, encher o mar e a Amazônia de plataformas de petróleo? Bora rodar de carro elétrico, usando energia gerada nas Belo Montes da vida? Difícil né, tchurminha ambientalista???
Infelizmente ainda não existe nenhum incentivo governamental para carros elétricos ou híbridos como ocorre em muitos países.
Existe um lobby do setor automobilístico no Brasil, porque nos tempos atuais em que vivemos o motor a Diesel é muito mais resistente e menos poluente ao usar um combustível mais barato que a gasolina e o álcool. Com isso, menos dinheiro tem que ser gasto com manutenção e peças extras, além de fazer com que seu carro dure muito mais tempo.