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Amazônia é sonho de consumo de dez entre dez grileiros e a política pode piorar esse cenário, alerta Angela Mendes

Em entrevista a ((o))eco, a filha de Chico Mendes fez um balanço das eleições para o futuro da maior floresta tropical do mundo

Jéssica Martins ·
30 de setembro de 2022 · 2 anos atrás
Salada Verde
Sua porção fresquinha de informações sobre o meio ambiente

Filha do líder ambiental Chico Mendes, morto em 1988, a ativista Angela Mendes foi a última entrevistada da série de lives que ((o))eco vem promovendo desde agosto com candidatos que atuam pela agenda ambiental. Na conversa, realizada na tarde desta quinta-feira (29) e que contou com a mediação da editora de política de ((o))eco, Juliana Ariani, e do repórter Fábio Pontes, a ambientalista relembrou o nascimento do Instituto Chico Mendes, fez um balanço dos que foram os últimos quatro anos e analisou como as eleições de 2022 podem trazer uma guinada.

Mendes começou a conversa fazendo um paralelo entre o cenário do fim da década de 80 e agora com a sensação de impunidade em torno dos assassinatos de lideranças ambientais e do nascimento do Comitê Chico Mendes. Para Angela, o atual cenário de escalada da violência é muito similar ao que levou a vida de seu pai, em 1989.  

“O Comitê Chico Mendes nasceu na noite da morte dele (Chico Mendes), com todo o clamor, com toda a tristeza do seu assassinato, seus companheiros e companheiras na época resolveram criar esse espaço, pra mobilização da sociedade nacional e internacional, pela justiça ao assassinato do Chico”, contou. 

Angela falou sobre a formação de jovens lideranças para agir no território, sobre as ameaças e impactos na Reserva Extrativista Chico Mendes, a segunda do país, e analisou a composição dos governos na Amazônia, que em sua maioria se posiciona a favor da exploração da floresta. “A Amazônia continua cada vez mais sendo o sonho de consumo de dez entre dez grileiros, madeireiros e todo tipo de exploração que o mercado que controla as tais commodities demanda. E cujo os governos, em sua maioria na nossa região, são de direita e/ou estão sempre alinhados a esses setores”, analisa. No Acre, a derrota da esquerda significou a implementação de um projeto de desenvolvimento baseado na mudança de uso do solo. 

Ao responder uma pergunta sobre o que significou o atual governo para a Amazônia, Mendes disse que o governo não fez nada, mas teve empenho em destruir toda a agenda ambiental. “Acho que até os ETs sabem que foi uma tragédia. A gente nunca viu um governo tão ruim, cruel, violento como esse que a gente ainda está vivenciando”, disse a ambientalista.

A entrevista com Angela Mendes pode ser vista no nosso canal do Youtube, assim como as demais 12 realizadas desde agosto. 

  • Jéssica Martins

    Estudante de Ciências Biológicas, estagiária em ((o))eco, apaixonada pela natureza e comunicação.

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