O presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) utilizou suas redes sociais para disseminar, na sexta-feira (02/09), a informação de que o desmatamento ocorrido no governo de seu rival Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi o dobro do registrado em seu mandato. De fato, durante a gestão de Lula, o desmatamento na região amazônica já apresentava números alarmantes. A diferença entre as duas gestões, porém, está na progressão.
De acordo com informações fornecidas pelo PRODES (Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal), do INPE, quando Lula iniciou a sua gestão em 2002 o índice de desmatamento era de 21.650 quilômetros quadrados (km²). Nos dois primeiros anos, esses números apresentaram aumento, com o registro de 25.396 km² em 2003 e 27.772 km² em 2004. Em 2005, esse número passou a cair, com o registro de 19.014 km² de área desmatada.
Os números de 2010 foram comemorados com uma baixa recorde de desmatamento e a retirada de 6.451 km² de área de floresta. A tendência continuou sendo de queda até que aumentos voltaram a ser registrados em 2013, quando a Amazônia perdeu 5,8 km², 28% a mais do que no ano anterior.
Quando Bolsonaro se elegeu, em 2018, a área desmatada registrada pelo PRODES era de 7.536 km². Desde então, os números apenas aumentaram. A perda florestal em 2021 foi de 13.038 km², um aumento de 20% em relação ao ano anterior e o maior índice desde o acumulado de 2006.
Segundo informações divulgadas pelo Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), entre janeiro e novembro de 2021 a floresta perdeu 10.222 km², um índice 31% superior ao mesmo período de 2020 e a pior dos últimos 10 anos. Ainda de acordo com os dados do SAD, o acumulado anual é o dobro do índice registrado no ano anterior ao início do governo Bolsonaro.
Vale ressaltar, porém, que no último debate o ex-presidente Lula também realizou uma afirmação equivocada, ao dizer que o seu governo havia sido responsável pela menor taxa de desmatamento registrada. Na verdade, o menor índice histórico, desde que o monitoramento começou a ser realizado pelo PRODES em 1988 aconteceu em 2012, sob gestão da ex-presidenta Dilma Rousseff. Naquele ano foram registrados 4.571 km² de floresta desmatada, um índice cada vez mais distante da realidade da Amazônia.
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