Mesmo sofrendo com enchentes cada vez piores, São Paulo não vislumbrará tão breve um projeto de recuperação de margens de rios e desimpermeabilização do solo. O governador José Serra mantém a proposta de ampliação da Marginal Tietê – ao custo de R$ 1,3 bilhão -, como alternativa para desafogar o trânsito na região, idéia considerada equivocada por muitos especialistas.
O engenheiro Roberto Watanabe, da Universidade de Campinas, por exemplo, sugere que São Paulo siga a experiência de Seul. Após 20 anos de programa de despoluição do rio Han (o projeto de despoluição do Tietê já tem quase isso), na capital sul-coreana, o governo decidiu que era hora de permeabilizar as margens, e construir áreas de lazer para seus habitantes, com a criação de parques lineares.
Em dois anos de execução do projeto Han River Renaissance, o governo de Seul já conseguiu inaugurar três parques ao redor do rio e outros espaços verdes estão programados até 2013. Todos são ligados por ciclovias, acesso para pedestres, metrô ou ônibus. Para sua execução, foram diminuídas as pistas que percorrem 40 quilômetros ao longo das margens do rio. Nos próximos três anos, 18 quilômetros de asfalto desaparecerão. Cerca de 60 milhões de pessoas visitam os parques anualmente.
Em maio, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, esteve lá para conhecer o projeto, mas a visita parece não ter refletido em suas decisões sobre a capital paulista. O Ministério Público Estadual, por sua vez, acha que ainda faltam estudos sobre os impactos da impermeabilização do solo no local e, ontem (9), solicitou que a obra seja suspensa.
O vídeo acima conta um pouco mais do projeto Han River Renaissance, confira.
Leia também
Ambientalistas acusam multinacional japonesa de lobby contra a criação do Parna do Albardão
A denúncia foi levada ao MPF no Rio Grande do Sul com pedido de providências. Empresa de energias renováveis nega acusações e afirma não ser contra a proteção ambiental da área →
Plásticos são encontrados em corpos de botos-cinzas mortos
Estudo identifica microplásticos em todas as doze amostras de botos-cinzas mortos encontrados no Espírito Santo. Um resíduo de 19,22 cm foi retirado de um deles →
Para salvar baleias, socorristas de México e EUA arriscam a própria vida
Registros de baleias presas em equipamentos de pesca estão crescendo na costa oeste do México, no Atlântico Norte e no resto do mundo — assim como os esforços para libertá-las →