O Ministério Público Federal (MPF) no Pará está de olho na festa governista de “regularização” de terras e informou ao Ministério do Desenvolvimento Agrário que pode recorrer à Justiça caso não sejam feitas vistorias nas áreas que estão sendo entregues pelo programa Terra Legal. Até o início de novembro, o governo diz ter cadastrado 16,7 mil posseiros e 2,8 milhões de hectares em assentamentos na Amazônia. A meta é “beneficiar” 300 mil posseiros. Em entrevista a O Eco, a ex-ministra Marina Silva comnetou que a iniciativa federal, nos moldes atuais, “é preocupante. Isso não é ordenamento territorial, isso é transferência de terras”.
Para o MPF, a falta de vistorias pode prejudicar interesses de comunidades tradicionais, provocando a titulação de posses individuais em territórios dessas populações. Na recomendação, são exigidas vistorias prévias à regularização fundiária das ocupações em imóveis rurais com até quatro módulos fiscais em áreas da União e também das ocupações em terras públicas da União em áreas urbanas, de expansão urbana ou de urbanização específica, no Pará. O ministério tem 30 dias para atender ao pedido do MPF. Confira sua recomendação aqui.
Saiba mais:
O desafio é continuar
Com chapéu dos outros
Leia também
Jornalismo investigativo na Amazônia: cobertura de crimes ambientais em locais de risco
Seminário de Jornalismo Ambiental ((o))eco discutiu métodos de apuração em diferentes biomas, segurança em campo e programas de mentoria →
Fortaleza sedia o primeiro Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental realizado no Nordeste
A 8ª edição do CBJA, híbrido e com inscrições gratuitas, será nos dias 19, 20 e 21 de setembro e contará com importantes jornalistas ambientais do País →
Tendências e soluções para a descarbonização do setor de transporte
Principal usuário de combustíveis fósseis em todo o mundo, a dimensão do setor de transportes de pessoas e cargas exige abordagem multidisciplinar e com tecnologias diversas →