No dia 25 de Julho, Gilberto Vicente, diretor da Reserva Especial de Maputo em Moçambique foi assassinado por assaltantes desconhecidos. O oficial de 39 anos estava viajando da Reserva até a cidade de Maputo quando seis criminosos o surpreenderam e o mataram com oito tiros de pistolas e rifles. Seu companheiro de viajem, Carlos Nunes, ficou ferido. Os atacantes deixaram a cena do crime em diversos carros e não levaram nada. Isso aumenta a hipótese policial de que foi um assassinato contratado, já que Vicente combatia grupos de caçadores ilegais.
Muitos diretores de reservas e de outras posições que lidam com questões conservacionistas na África enfrentam duras batalhas contra a caça ilegal com poucos recursos e equipamentos. Existem apelos que pedem ao governo africano melhoria das condições de trabalho, além de apoio legal e treinamento de qualidade aos profissionais que possuem trabalhos perigosos junto à vida selvagem africana.
Gilberto Vicente era um diretor altamente comprometido com as questões conservacionistas, uma pessoa muito dedicada e de integridade máxima, sempre com um sorriso no rosto. Ele juntou-se ao Departamento de vida Silvestre em 1998 e trabalhou na diretoria no Parque Nacional de Limpopo antes de passar para a Reserva de Niassa. E, juntamente com seus colegas tanzanianos, recebeu o prêmio Markhor em 2008 durante a nona Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica (CDB). O prêmio, entregue pelo CIC (International Council of Game and Wildlife Conservation), considerava os esforços para a criação de uma área de conservação na fronteira entre a Tanzânia e Moçambique com 120 mil quilômetros quadrados para proteger a biodiversidade por meio do uso sustentável da vida selvagem.
Toda a comunidade de colegas conservacionistas, familiares e amigos estão extremamente tristes com a perda de um grande profissional que fará falta nas brigas pelas conservação nas reservas africanas. (Laura Alves)
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