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José Serra: “Eu sou ambientalista”

Candidato do PSDB diz que poderá conciliar a disputa entre as causas do setor agropecuário e dos ambientalistas. E que governo tratará do Código Florestal.

Redação ((o))eco ·
12 de agosto de 2010 · 15 anos atrás

Após as entrevistas de Marina Silva e Dilma Rousseff aos jornais Nacional e ao Jornal das Dez da Rede Globo, foi a vez do candidato à presidência José Serra do PSDB. Nessa quarta-feira, o tucano pode evidenciar suas opiniões, metas e planos para sua candidatura. Serra diz olhar para o futuro e concentrar-se em arrumar erros e perpetuar ações benéficas para o país, sem desmerecer ou criticar governos anteriores. O candidato confirmou sua escolha para Vice-Presidente, o deputado Índio da Costa do DEM, seu principal aliado e sobre suas alianças com o PTB.

Quando questionado sobre seu posicionamento paradoxal de apoio mútuo ao ambientalismo e ao desenvolvimento agrícola do país, o candidato responde que não possui essa ambiguidade em sua política e não se considera uma pessoa duas caras fazendo políticas polarizadas, além de acreditar em um caminho do meio, que alie as duas questões, de produção e desenvolvimento e meio ambiente.

“Eu posso ter vários defeitos políticos, mas não tenho duas caras. Eu costumo dizer que tenho uma cara feia, muitos acham, muitos não acham, mas pelo menos tem uma vantagem, ela é uma só. Eu não faço um discurso lá e um acolá. Eu acredito tanto nessa combinação que eu coloquei na Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo alguém mais afeito à agricultura, um proprietário rural, o Chico Graziano e nós fizemos um trabalho ambiental lá avançadíssimo. E eu dou um exemplo, o problema da queimada de cana, São Paulo estava queimando toda a cana da colheita, 2 milhões e meio de hectares de queimada infectando o meio ambiente todo em todo o interior do Estado. Nós fizemos um acordo com os produtores, um protocolo que está cumprido reduzindo em 1 milhão de hectares”.

Esse posicionamento de Serra ainda não lhe dá uma opinião firme e clara sobre suas ações para o meio ambiente brasileiro. Em relação ao Código Florestal, por exemplo, o candidato se coloca contra a discussão da questão em época de eleição, porém afirma que em seu governo o assunto será tratado com rapidez. “A minha posição clara é que não dá para discutir agora, no meio de uma campanha eleitoral, uma loucura, foi um equívoco do governo ter instigado a questão até chegar na época de eleição. É a pior época para negociar. Segundo, o Brasil é um país heterogêneo, não é? E também tem uma heterogeneidade que vai para trás que é a idade das propriedades. Tem gente que a Reserva Legal não era legal e foi consumida há 50 anos. Eu vou chegar lá (na predidência) e em seis meses vou equacionar esse assunto”, explica Serra.
 
E retoma, “Mas eu quero dizer e insisto: eu sou muito ambientalista!”
 
 Essa foi a terceira entrevista concedida ao Jornal das Dez que sorteou os candidatos em falas de quinze minutos para os espectadores brasileiros. O próximo entrevistado será Plínio de Arruda, candidato à presidência pelo PSOL.

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