Relatei em um post em ((o))eco Cidades que, recentemente, tive a oportunidade de visitar o emirado do Catar. Na capital Doha, o passeio básico para qualquer estrangeiro que se aventure nesta escaldante península do Golfo Pérsico é uma visita ao bazar (souq em árabe). O principal, a Souq Waqif, fica no coração da cidade e possui dezenas de ruelas com lojas de especiárias, tecidos e outros artefatos típicos do Oriente Médio. Mas não só isso, no bazar o amor pela coleção de aves silvestres também está bem representado. Em uma praça, conta-se pelo menos 10 pequenos comerciantes de aves. Minha surpresa foi ver ali exemplares de três espécies típicas da América do Sul, a arara canindé (Ara Ararauna), a arara-vermelha grande (Ara chloropterus) e um papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva).
Perguntei ao vendedor da loja – cujo nome era Amazon World – sobre de que forma as aves chegavam ali. Ele me disse que eram aves criadas em cativeiro. As araras eram dóceis e brincavam de rolar no chão. Elas podiam ser compradas por cerca de 150 dólares cada.
Uma consulta a um amigo biólogo (que prefiro omitir o nome) me esclareceu qual é o principal problema com a venda de pássaros em Doha. É bem provável, diz ele, que os pássaros sejam sim de cativeiro. Mas os psitacídeos, como as araras e papagaios, estão entre os animais mais sociais que conhecemos (até falam, vejam só). Vivem sempre em grupo ou no mínimo na companhia de seu parceiro(a). Nas palavras do amigo biólogo: “ninguém que tenha um destas aves em casa pode suprir a demanda por atenção que estes animais precisam”. No vídeo abaixo, o meu registro do papagaio-verdadeiro, nitidamente não muito contente com a exposição no mercado.
Podcast de ((o))eco escuta representantes de povos tradicionais sobre o que esperam da COP29 e a repercussão das falas polêmicas do governador Helder Barbalho. →