Após quase uma semana de viagem, o Greenpeace divulgou no final de semana as primeiras imagens do recife de coral da bacia sedimentar da Foz do rio Amazonas, que se estende entre a costa do Amapá, passando pela costa do Maranhão até a Guiana Francesa. São 9.500 km² de extensão de um ecossistema descoberto apenas no ano passado.
Submerso pela água barrenta, nos recifes na costa amazônica predominam esponjas e algas calcárias, que se adaptam melhor à falta de luz. A descoberta foi publicada na edição de 18 de abril de 2016, da revista científica Science, por uma equipe de pesquisadores brasileiros e americanos.
A expedição agora realizada pela ONG Greenpeace tem como objetivo divulgar a importância do recife descoberto, que já sofre pressão de petrolíferas. Pelo menos três empresas já solicitaram licença para perfurar poços na bacia da foz do Amazonas.
“Ainda pouco conhecemos esse ecossistema e um vazamento poderia ser desastroso. Um dos blocos de petróleo está a apenas oito quilômetros do recife. Devemos defender toda a região da bacia da foz do rio Amazonas da ganância corporativa que coloca o lucro à frente do meio ambiente. Os processos de licenciamento ambiental já estão a caminho”, afirma Thiago Almeida, da campanha de Energia do Greenpeace Brasil.
Registros
A 220 metros de profundidade, a mais de 100 quilômetros da costa brasileira, foram vistos recifes com esponjas, corais e rodolitos (algas calcárias), expondo para as lentes suas cores e formas. Também foram avistados peixes como o atum e a cioba e peixes herbívoros, comprovando a presença de algas, apesar da pouca luz do sol que chega até lá. “Ali existe um ecossistema bem diverso. Em boa parte do recife, o chão é cheio de vida. Estou me sentindo como alguém que volta de outro planeta”, conta Ronaldo Francini Filho, professor de Biologia Marinha da Universidade Federal da Paraíba, que participou da expedição junto com as equipes do Greenpeace Brasil e Estados Unidos.
Leia Também
Leia também
75% dos corais ameaçados de extinção
Situação pode se agravar até 2030. Análise global sobre recifes de corais é a maior já realizada e uniu 25 organizações e dezenas de cientistas. →
Rio Amazonas digere árvores arrastadas
Pesquisa demonstra que rios da bacia amazônica possuem bactérias capazes de digerir caules e troncos de árvores e transformá-los em CO². →
Cientistas revelam recife submerso na costa amazônica
Uma equipe de brasileiros e americanos encontra na foz do rio Amazonas corais que se estendem por cerca de mil quilômetros, do Maranhão a Guiana Francesa →
Parei de ler em "Greenpeace"…
Dindin, para eles, resto é resto (gentalha).