A Amazônia perdeu em junho 150 quilômetros quadrados de florestas pelo corte raso, segundo o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), ferramenta usada pela não-governamental Imazon para medir a derrubada da maior floresta tropical do mundo. Ao ser comparada com o mesmo período de 2008, quando a supressão do bioma somou 612 quilômetros quadrados, a cifra representa queda de 75%. No entanto, o número pode estar subestimado, já que 42% do território da Amazônia Legal estava coberta por nuvens. Além disso, parte do Maranhão não foi analisada.
O estado campeão do desmatamento naquele mês foi o Pará, com 81% do total. Em seguida, com número bem menor, aparecem Rondônia (7%), Mato Grosso (7%), Amazonas (3%), Tocantins e Acre, com 1% cada. Os baixos números apresentados pelo Amazonas também podem ser consequência da alta cobertura de nuvens no período, já que metade do Estado estava encoberto.
Apesar de a área desmatada ser pequena, em comparação com junho de 2008, o SAD detectou aumento significativo de florestas degradadas (onde não há corte raso, mas a floresta está sendo progressivamente destruída), somando 661 quilômetros quadrados. O número é 207% maior do que a degradação registrada em maio de 2009, quando foram degradados 215 quilômetros quadrados. Nesta situação, o Mato Grosso
está em primeiro lugar do ranking, com 84%. Pará vem em segundo, com 14% e o restante é dividido por Rondônia e Acre.
O imazon também divulgou o total de área desmatada em todo calendário do desmatamento. O total acumulado entre agosto de 2008 e junho de 2009 foi de 1.234 quilômetros quadrados, o que representa redução de 74% em relação ao calendário do ano anterior, quando foram derrubados 5.755 quilômetros quadrados. Nos 36 municípios críticos, foram contabilizados 667 quilômetros quadrados de corte raso, 76% a menos que o mesmo período de 2008 para tais cidades. Para ler o estudo do Imazon completo, clique aqui.
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