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Depois do zoneamento
Mato Grosso anda muito preocupado com a legitimação de seu zoneamento ecológico econômico. Depois de muito conversar com ambientalistas e representantes dos movimentos sociais no estado, a secretaria de planejamento elaborou uma proposta considerada muito boa para o futuro das florestas que sobraram sob o império Maggi. Mas convencer o setor agrícola de que boa parte do norte e noroeste de Mato Grosso, onde as pressões de desmatamento são maiores, não será tratada como área consolidada para agropecuária e sim passível de manejos específicos, tem sido uma luta inglória há meses.
No interior, parlamentares estão engajados em campanhas para tratar a floresta e o cerrado mato-grossenses como fato consumado, enquanto a minoria defensora da área ambiental denuncia agressões e manipulação nas audiências públicas organizadas pela Assembléia Legislativa. Hoje, durante o encontro de economia ecológica em Cuiabá, Wilson Cabral, do ITA, deu um recado para quem está achando que o caráter ecológico do zoneamento vai mudar a imagem do estado. “Zoneamento é um instrumento de planejamento. Talvez com a honrosa exceção do Acre, eu não vi até agora nenhum zoneamento ou plano diretor que funcione. Um dos motivos é a forma de fazê-lo. É preciso ampliar a participação popular de forma contundente. Se não envolver as pessoas, não vai funcionar”.