Uma operação digna de guerra está sendo montada para levar dois pandas adultos, da China para o Canadá. A mudança acontecerá no segundo trimestre do ano e ficará a cargo da empresa FedEx Express, que fará o transporte aéreo e terrestre dos dois animais para viver no Zoológico de Toronto. Essa é a 6ª vez em que a empresa faz transporte intercontinental carregando pandas.
A mudança para o Canadá é resultado de um acordo de preservação assinado entre Canadá e China. Os dois ursos-pandas — Er Shun, uma fêmea panda de cinco anos, e Da Mao, um macho de quatro anos — viverão 5 anos no Zoológico de Toronto e depois serão transferidos para o Zoológico de Calgary, também no Canadá, onde viverão mais 5 anos.
O Zoológico de Memphis, nos EUA, terá papel de destaque na alimentação dos mais novos residentes do Canadá, já que doará parte dos bambus colhidos localmente pela equipe do Zoo de Memphis para alimentar seus próprios pandas gigantes – Ya Ya e Le Le. Um panda adulto come, em média, 46 quilos de bambu por dia. A FedEx Express transportará o alimento ao Zoológico de Toronto de duas a três vezes por semana. Em média, serão cortados 318 quilos de bambu a cada envio. De acordo com informe da FedEx , que transportará os pandas, a empresa coletará esse bambu e o transportará de avião até Toronto, em compartimentos refrigerados, para mantê-los frescos, sem qualquer custo.
Segundo estimativas de pesquisadores, o panda gigante é um animal ameaçado de extinção, com menos de 2.500 indivíduos adultos na natureza. Melhorias nos habitats dos pandas e aumento de esforços de conservação tiraram o Ailuropoda melanoleuca do critério B para C na lista da UICN. O que significa que ele ainda está em risco, mas em posição mais estável que se encontrava antes.
A dependência do panda ao bambu (fonte principal de alimentação) e a expansão da agricultura em áreas endêmicas dos pandas ameaçam a espécie, pois mudanças no uso do solo diminui a área onde o bambu fica disponível.
Uma curiosidade da espécie é que o panda gigante não hiberna. Eles descem das montanhas onde vivem e se abrigam em árvores ocas e outros esconderijos durante o inverno. Eles não são gregários, vivem solitários e se encontram na época do acasalamento.
Ficaram famosos principalmente depois de se tornarem símbolos de uma das maiores organizações ambientais do mundo, a WWF.
Hollywood também ajudou, com filmes como “Meu Amigo Panda” (The Amazing Panda Adventure, 1995, no título original), uma história de um garoto americano que vai visitar o pai, naturalista que cuida da preservação dos pandas. O pano de fundo acaba sendo a história da luta pela preservação da espécie, ameaçada por caçadores e a dificuldade da reprodução em cativeiro.
Leia também
Congresso altera de limites de parque em SC para obras contra cheias no Vale do Itajaí
PARNA Serra do Itajaí perde 2 hectares para construção de barragem, mas ganha outros 156 hectares como compensação; o projeto, aprovado por consenso na Câmara, segue para sanção →
Ambientalistas criticam importação de gás natural argentino extraído por fracking
ONG encaminha ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, ofício assinado por mais de 100 ambientalistas alertando para impactos ambientais e a indígenas na Argentina →
Cerrado perdeu uma Paraíba em vegetação natural em apenas um ano
Documentário apresenta pressões do desmate, da falta d’água e do desrespeito à lei sobre comunidades tradicionais e indígenas →