Manaus, AM — Ariranhas adultas (Pteronura brasiliensis) podem ter um repertório com 22 tipos distintos de vocalizações, de acordo com um estudo publicado nesta quarta-feira (12) no jornal científico de acesso livre PLOS One. O estudo, assinado pelas biólogas Christina Mumm e Mirjam Knörnschild, da Universidade de Ulm, na Alemanha, demonstrou também que recém-nascidos são capazes de emitir 11 tipos diferentes de sons.
A espécie é a maior da subfamília das lontras, mamíferos aquáticos carnívoros com pernas curtas e corpos alongados que podem chegar a 1,80 metro de comprimento, se o cálculo incluir a longa cauda achatada que representa pouco mais de um terço do tamanho total do animal. Os machos são maiores do que as fêmeas. É um animal exclusivo da América do Sul e vive em grupos de até dez indivíduos, formados por um casal e seus descendentes. É considerada “Em Perigo” de extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
As pesquisadoras da universidade alemã estudaram a relação entre as vocalizações e a organização social das ariranhas. Elas registraram sons emitidos pelos animais em vida livre no Peru, entre 12 de setembro e 8 de dezembro de 2011. Utilizaram também gravações feitas com animais em cativeiro. De acordo com o resultado, as ariranhas possuem o maior repertório de vocalizações entre as lontras e também a organização social mais complexa.
Os diferentes tipos de sons foram classificados de acordo com a estrutura acústica e relacionados a quatro contextos distintos, coesão (inclusive contato e coordenação do grupo), alarmes e ameaças, início de vocalizações e outros comportamentos como acasalamento e cuidados dos filhotes. O estudo apresenta também a primeira descrição de vocalizações de recém-nascidos, balbucios emitidos pelos filhotes enquanto aprendem o repertório vocal completo.
“O exame do contexto comportamental revelou que as ariranhas produzem vocalizações similares estruturalmente em várias situações, tanto quanto usam diferentes vocalizações em contextos aparentemente similares”, escreveram as biólogas no artigo.
Assista o vídeo produzido pelas pesquisadoras, com exemplos de vocalizações da ariranhas em diferentes padrões de comportamento.
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