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Brasileiro recebe prêmio internacional por trabalho na conservação do tatu-canastra

O prêmio Future for Nature Awards 2022 reconheceu o trabalho do biólogo Gabriel Massocato no Programa de Conservação do Tatu-Canastra

Duda Menegassi ·
16 de maio de 2022 · 2 anos atrás

O pesquisador brasileiro Gabriel Massocato recebeu na última sexta-feira (13) o prêmio internacional “Future for Nature Awards 2022” (Prêmio Futuro para a Natureza, em tradução livre), na Holanda, por seu trabalho no Programa de Conservação do Tatu-Canastra. A premiação, que ocorre anualmente, tem como objetivo reconhecer o trabalho de jovens ambientalistas em defesa de animais e plantas pelo mundo.

Gabriel, de 34 anos, é formado em biologia pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), no Mato Grosso do Sul. Em 2012, entrou como voluntário para o time do Programa de Conservação do Tatu-canastra, desenvolvido pelo Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS) e o Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ). Durante esta década de dedicação ao maior tatu brasileiro, Gabriel ajudou a conduzir pesquisas de longo prazo no Pantanal sobre as necessidades biológicas e ecológicas do tatu-canastra. Hoje o pesquisador é coordenador do projeto no Pantanal.

“Essa espécie ainda é pouco conhecida pela nossa sociedade e se nada for feito a curto e médio prazo, ela pode desaparecer das principais áreas naturais do Brasil. Acredito que através das pesquisas, da conscientização e realizando um trabalho em conjunto com as comunidades locais, nós podemos unir esforços e buscar soluções inovadoras para a conservação e tornar o tatu-canastra um embaixador da biodiversidade”, afirma o biólogo brasileiro.

O tatu-canastra (Priodontes maximus) é a maior de todas as espécies de tatus existentes, pode chegar a um metro e meio de comprimento do focinho à cauda e pesar mais de 50 quilos.

A espécie não é exclusiva do Brasil – apesar do país representar a maior extensão do seu habitat – e ocorre também em outros países sul-americanos, das Guianas até a Argentina. Atualmente, a espécie é considerada Vulnerável na avaliação nacional do ICMBio e na internacional, feita pela IUCN. As principais ameaças ao animal são a perda e fragmentação de habitat, assim como a caça e os atropelamentos.

Gabriel recebe o prêmio durante a cerimônia do Future for Nature, na Holanda, na última sexta-feira (13). Foto: IPÊ

A premiação Future for Nature reconhece e apoia jovens que atuam na conservação de espécies da fauna e flora. Neste ano, a premiação registrou a inscrição de mais de 250 candidatos. Além de Gabriel, foram premiados outros dois jovens ambientalistas. A indiana Tiasa Adhya, de 35 anos, trabalha pela proteção do gato-pescador (Prionailurus viverrinus), espécie que vive em áreas úmidas na Ásia. E a britânica Rebecca Cliffe, de 31 anos, que atua na proteção das espécies ameaçadas de preguiça da Costa Rica.

Cada um dos três vencedores receberão ainda um prêmio em dinheiro no valor de 50 mil euros (o equivalente a mais de 260 mil reais na cotação atual).

“Esta premiação vai possibilitar a ampliação dos nossos esforços para proteger o tatu-canastra, através da criação de unidades de conservação, que têm o objetivo de evitar a extinção iminente da espécie, e organizar expedições de campo para estudar e monitorar esses animais e o seu habitat”, destaca o biólogo brasileiro.

  • Duda Menegassi

    Jornalista ambiental especializada em unidades de conservação, montanhismo e divulgação científica.

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