Um fiscal do Ibama foi agredido com uma garrafa na cabeça na noite desta terça-feira (05), em Uruará, no Pará. O servidor público liderava uma operação do Ibama contra madeireiros ilegais que atuam na Terra Indígena Cachoeira Seca, do povo Arara, no Sudeste do Pará.
A Polícia Federal abriu inquérito para investigar a agressão. As investigações serão realizadas pela delegacia da PF de Santarém/PA.
A operação do Ibama identificou um acampamento de extração ilegal de madeira na área. Os fiscais encontraram durante a abordagem quatro caminhões e dois tratores no local. O maquinário foi queimado, com exceção de um caminhão, que estava com a chave na ignição.
Um grupo de madeireiros aguardou a passagem dos fiscais do Ibama perto de uma ponte e cercaram o veículo apreendido. O coordenador da operação, Givanildo dos Santos Lima, saiu para falar com o grupo e acabou ferido com uma garrafa de vidro arremessado por um homem. Tudo foi filmado pelos próprios manifestantes. Golpeado, foi levado ao hospital, medicado e passa bem.
O Ibama publicou uma nota de repúdio à agressão sofrida pelo seu agente, divulgada agora a tarde, às 16h59.
O órgão tem atuado desde o começo no ano para coibir a ação de madeireiros na Terra Indígena Cachoeira Seca, que ficou em terceiro lugar na lista das Terras Indígenas mais desmatadas da Amazônia, entre agosto de 2018 a julho de 2019.
A Associação dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente do Pará (Asibama-PA) publicou nota de repúdio contra a violência sofrida pelo analista ambiental e afirmou que as reclamações públicas feitas pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, contra a destruição de bens apreendidos em delitos ambientais, prática prevista na legislação ambiental, incentiva protestos contra as ações de fiscalização.
“O risco que os servidores correm na execução de suas atividades já é grande o bastante, sem que as palavras do Governo sirvam de justificativa para atos de violência contra agentes ambientais federais”, disse a entidade, na nota.
Já a Ascema Nacional publicou uma nota exigindo punição aos envolvidos na agressão e esclarecimentos sobre o que as autoridades estão fazendo para assegurar a integridade física dos agentes ambientais federais. O pedido é direcionado ao ministro Ricardo Salles, o presidente do IBAMA, Eduardo Bim e o Coordenador Geral de Fiscalização do IBAMA, Walter Mendes Magalhães Junior. A Ascema também pede esclarecimentos sobre o papel da Força Nacional nas ações conjuntas com a fiscalização ambiental federal.
Bolsonaro é contra destruição de maquinário
A destruição de maquinário apreendido pelo Ibama tem sido criticado por Jair Bolsonaro desde o ano passado. Em abril de 2019, desautorizou operação do Ibama dentro da Floresta Nacional (Flona) do Jamari, em Rondônia. Em novembro, chegou a prometer para garimpeiros que iria rever a norma. Recentemente, mudou toda cúpula de fiscalização do Ibama após megaoperação em terras indígenas no sul do Pará queimar maquinário de garimpo ilegal. Ontem, deixou aparecer trecho de uma conversa com o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, sobre participação da Força Nacional na queima de maquinário.
No trecho, Moro informa que a Força Nacional, que estava na operação com o Ibama, não participou da queima de nenhum maquinário, prática prevista no decreto que regulamenta a Lei de Crimes Ambientais, mas que Bolsonaro se opõe.
“Coronel Aginaldo da FN [Diretor da Força Nacional, marido da deputada Carla Zambelli] também nega envolvimento da Fn nas destruições. Fn só acompanha Ibama nas operações para segurança dos agentes, mas não participa da destruição de máquinas”, escreveu o ex-ministro.
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Coitado das pessoas que tiveram a casa queimada pelo o Ibama
Não foi uma casa, foram equipamentos utilizados para desmatar áreas de floresta de forma ilegal, não vem postar besteira não!
Ascema e um cachorro cagando são a mesma coisa.
Bom dia.
MPF nos agressores e nos governantes omissos. Sem churumelas.