Salada Verde

Licença parcial de Belo Monte volta a valer

Liminar concedida no último dia 25 cai em julgamento no Tribunal Regional Federal. Juiz entende que Ibama está monitorando as condicionantes e construção de usina pode continuar.

Redação ((o))eco ·
3 de março de 2011 · 14 anos atrás
Salada Verde
Sua porção fresquinha de informações sobre o meio ambiente

O desembargador Olindo Menezes, do Tribunal Regional Federal da 1a Região, reverteu na tarde desta quinta-feira a liminar que suspendia a licença parcial de instalação da usina de Belo Monte. O magistrado julgou o recurso apresentado nesta semana pelo Iba Advocacia Geral da União (AGU) à decisão tomada no último xx pela Justiça do Pará.

A liminar havia sido obtida por pedido do Ministério Público do Pará que afirma que o empreendimento não pode receber luz verde até que o consórcio Norte Energia cumpra as condicionantes impostas pelo Ibama na emissão da licença prévia, em junho de 2010.

De acordo com comunicado do TRF 1, o “Ibama recorreu ao TRF, alegando que todas as condicionantes que deverão ser observadas no decorrer da implantação e operação do empreendimento são listadas já na licença prévia” (fl. 14), mas “nem todas as condicionantes listadas na licença prévia devem ser cumpridas antes da emissão da licença de instalação”. Diz que a exigência de cumprimento de todas as condicionantes “não se traduz como alteração do procedimento ou dispensa de cumprimento” e que todas elas serão exigidas no momento oportuno.”

A derrubada da liminar não deve aliviar a pressão sobre os investidores de Belo Monte, já que o BNDES continua impedido de financiar o projeto até o comprimento das condicionantes. 

O desembargador Olindo Menezes também foi quem julgou recursos do governo em ações que cassavam as licença prévia de Belo Monte em 2010. No dia 20 de junho de 2010 , ele derrubou as liminares que impediam o leilão de venda de energia da usina.

Segundo ele, a liminar em 1a instância “invade a esfera de discricionariedade da administração e usurpa a competência privativa da administração pública de conceder licença de instalações iniciais específicas; no caso, de competência do Ibama.”

Uma das últimas decisões de Menezes com relação a temas ambientais também gerou polêmica. Após anos de embargo, ele deu ganho de causa ao pedido do governo para fazer prospecção de petróleo na zona de amortecimento do Parque Nacional de Abrolhos.

Leia mais
O Xingu que morrerá
Para governo, apenas pequena minoria reclama de Belo Monte

 Os financiamentos insustentáveis do BNDES na Amazônia






Leia também

Podcast
21 de novembro de 2024

Entrando no Clima#40 – Florestas como forças de estabilização climática

Podcast de ((o))eco fala sobre como as florestas têm ganhado espaço nas discussões da COP 29

Diálogo entre líderes globais - alinhando a ação climática e a conservação da biodiversidade. Foto: Kamran Guliyev / UN Climate Change
Notícias
21 de novembro de 2024

ONU espera ter programa de trabalho conjunto entre clima e biodiversidade até COP30

Em entrevista a ((o))eco, secretária executiva da Convenção Sobre Diversidade Biológica (CDB) da ONU fala sobre intersecção entre agendas para manter o 1,5ºC

Reportagens
21 de novembro de 2024

Livro revela como a grilagem e a ditadura militar tentaram se apoderar da Amazônia

Jornalista Claudio Angelo traz bastidores do Ministério do Meio Ambiente para atestar como a política influencia no cotidiano das florestas

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.