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Ibama preenche cargo antes ocupado por servidor que multou Bolsonaro

Everton Almada Pimentel é o novo chefe do Centro de Operações Aéreas da Diretoria de Proteção Ambiental do Ibama. Portaria saiu seis dias depois da exoneração de José Olímpio Morelli

Sabrina Rodrigues ·
3 de abril de 2019 · 5 anos atrás
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Everton Almada Pimentel é analista ambiental do Ibama desde 2003, e tem ampla experiência em missões de fiscalização e monitoramento. Foto: Felipe Werneck/Ibama.

A chefia do Centro de Operações Aéreas da Diretoria de Proteção Ambiental do Ibama tem um novo ocupante. Everton Almada Pimentel irá substituir o servidor José Olímpio Augusto Morelli que foi exonerado no dia 27 de março. A nomeação de Pimentel saiu no Diário Oficial da União desta quarta-feira (03).

Olímpio Augusto Morelli ficou conhecido como o servidor que aplicou uma multa de R$ 10 mil ao então deputado federal, Jair Bolsonaro, por pescar dentro da Estação Ecológica de Tamoios (Esec Tamoios), no Rio de Janeiro, em 2012. A Esec Tamoios é uma unidade de proteção integral onde a pesca é proibida. Morelli é concursado e continuará nos quadros funcionais do Ibama.

Já Everton Almada Pimentel é analista ambiental do Ibama desde 2003,  e tem ampla experiência em missões de fiscalização e monitoramento.

Em 2017, o agora novo chefe do Centro de Operações Aéreas da Dipro assinou a nota técnica defendendo contratos de aluguel de fornecimento de viaturas para o órgão ambiental. Os contratos foram questionados pelo ministro Ricardo Salles na primeira segunda-feira após tomar posse e abriu a primeira crise de sua gestão com o Ibama.  

“A solução de contratação do fornecimento de viaturas – incluídos abastecimento e manutenção preventiva e corretiva, tem se mostrado extremamente vantajoso ao garantir a disponibilidade da frota em nível elevado, permitindo o desenvolvimento contínuo das ações do Órgão, ao mesmo tempo em que requer uma estrutura administrativa menor para gestão dos veículos, ao gerenciar um único contrato por parte de cada unidade”, escreveu Everton Almada Pimentel em 2017.

O TCU analisou e aprovou o contrato de 28 milhões, que teve uma economia de 8% em relação ao contrato anterior do órgão.  

O contrato em vigor abrange 393 caminhonetes adaptadas para atividades de fiscalização, combate a incêndios florestais, emergências ambientais, ações de inteligência, nos 27 estados brasileiros, e inclui combustível, manutenção e seguro, com substituição a cada 2 anos.

O episódio do ministro usando o twitter para gerar suspeitas sobre o contrato culminou na entrega do cargo da presidente do Ibama, Suely Araújo.

 

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  • Sabrina Rodrigues

    Repórter especializada na cobertura diária de política ambiental. Escreveu para o site ((o)) eco de 2015 a 2020.

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