Nos últimos séculos, o mundo testemunhou o nascimento de metrópoles pulsantes, associada a uma acelerada expansão urbana e das fronteiras da ocupação humana. Esse império do antropoceno construiu-se majoritariamente às custas da destruição da natureza, onde o desenvolvimento e o mundo natural eram opostos numa equação pelo domínio do espaço. Atualmente a importância das áreas verdes é reconhecida globalmente e cada vez mais a humanidade tem se questionado sobre quais as melhores formas de convívio entre homem e natureza. Com este desafio em mente, o botânico e paisagista Ricardo Cardim produziu o livro “Paisagismo sustentável para o Brasil: Integrando natureza e humanidade no século 21”, fruto de sete anos de pesquisa e escrita, e que foi lançado recentemente.
O pesquisador, que cresceu na metrópole paulistana, viu na sua infância parte desse processo, com quintais sendo substituídos por prédios de concreto. “No lugar das jabuticabeiras, figueiras-brava e grumixamas em meio a alegres canteiros caseiros de plantas misturadas, surgiram rígidos jardins comerciais com a monotonia das mesmas plantas ornamentais exóticas, como areca-bambu e cicas, que também estavam em muitos outros lugares, até quando eu ia para a praia e o campo”, lembra Ricardo em um dos trechos da obra.
No livro, o botânico une ciência e prática para apresentar uma nova visão do paisagismo e do relacionamento humano com a natureza, e os caminhos possíveis para superar problemas históricos de ocupação e destruição desordenada do ambiente natural.
O livro é dividido em duas partes. A primeira, dedica-se a apresentar o contexto histórico das cidades dos primeiros séculos do Brasil, a origem da escolha das plantas para o paisagismo, e os problemas atuais no paisagismo e arborização urbana no país brasileira. Já na segunda parte, Ricardo se debruça sobre os caminhos para construir um paisagismo sustentável, integrado com a biodiversidade nativa, com os biomas brasileiros e como ferramenta para restauração da vegetação.
Livro “Paisagismo sustentável para o Brasil: Integrando natureza e humanidade no século 21”
Autor: Ricardo Cardim
Editora Olhares
Número de páginas: 320
Ano 2022
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Ótimo tema. Nas metrópoles até os quintais estão ameaçados de extinção. Nossos quintais e praças deveriam incorporar a rica flora e brasileira. Principalmente da Floresta Atlântica. Já existem iniciativas pontuais da população para fazer isso, mas a maior parte da sociedade ainda não conhece as árvores nativas. Precisamos de políticas públicas e ações mais fortes. Por aqui, plantamos as espécies da Floresta Atlântica de Baixada Costeira. Cambucá, guabiroba, grumixama, Pau-Brasil, etc.
https://oeco.org.br/noticias/apenas-11-dos-quintais-da-zona-norte-do-rio-possuem-arvores/#:~:text=Segundo%20Vera%2C%20apenas%2011%2C40,da%20popula%C3%A7%C3%A3o%20residente%20do%20munic%C3%ADpio.