Na antevéspera do feriadão de Carnaval, o governo anunciou medidas que poderão dar fim a um dos mais acirrados imbroglios envolvendo militantes ambientalistas e empresários, no sul do Piauí. O Ministério do Meio Ambiente informa que, fechado acordo com o governo do estado, a partir de março os 5,5 mil hectares do parque nacional da Serra das Confusões serão ampliados em cerca de 270 mil hectares, incoporporando porções elevadas da chamada Serra Vermelha.
Feito isso, a unidade se tornará a maior da Caatinga. A agropecuária poderá ocupar zonas mais baixas, onde serão fixadas áreas de preservação permanente e reservas legais de 20% das propriedades, como previsto no Código Florestal. Desde abril de 2007, O Eco já informava sobre as intenções do governo de proteger oficialmente a área, cujos detalhes sobre os locais a serem absorvidos pelo parque estão sendo finalizados.
O impasse sobre o destino da região se arrasta desde meados de 2006, quando o Ibama autorizou a empresa JB Carbon a desmatar 77 mil hectares de florestas para produzir mais de 220 mil toneladas/ano de carvão vegetal para abastecer indústrias de ferro gusa de Minas Gerais. O caso rendeu várias ações no Ministério Público Federal, protestos acirrados de militantes, que taxaram a empreitada como “maior desmatamento do Nordeste”, e um prêmio Motosserra de Ouro ao então diretor do Serviço Florestal Brasileiro Tasso de Azevedo, que defendeu e incentivou a implantação do projeto como manejo florestal e alternativa ao plantio de grãos.
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Os biomas esquecidos
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