Após 5 meses consecutivos de aumento na taxa de desmatamento, a área desmatada caiu 58% em fevereiro em comparação com o mesmo mês do ano passado. De acordo com a ONG Imazon, que faz o monitoramento independente do desmatamento na Amazônia Legal, desde agosto não havia queda no número mensal.
No mês passado, desmatou-se 45 quilômetros quadrados na Amazônia Legal, contra 107 quilômetros quadrados registrados em fevereiro de 2012. A cobertura de nuvens na região foi de 72% da área florestal na Amazônia Legal, número semelhante a fevereiro de 2012, quando atingiu 76%. Entender a extensão da cobertura de nuvens é importante quando se fala em desmatamento, porque ela impede que a área monitorada seja visualizado como um todo. Quando o período de chuvas acabar e as nuvens se dissiparem, a taxa de desmatamento pode disparar. Isso não será reflexo de um mês, mas do período de chuvas em que o satélite não pode detectar corretamente essa atividade.
Os dados mensais são considerados sistemas de alertas, usados para subsidiar políticas de repressão ao desmatamento, mas não são definitivos. Períodos longos são mais confiáveis, pois o erro de um mês pode ser compensado adiante.
O ano-calendário que mede o desmatamento na Amazônia começa em agosto. Assim, é alarmante que no acumulado em 7 meses desmatou-se 1.351 quilômetros quadrados, área superior a do município do Rio de Janeiro (1.182 km2). Esse total representa um aumento de 91% (ou 708 quilômetros quadrados) em relação ao mesmo período anterior, de agosto de 2011 a fevereiro de 2012.
“Temos informações que os altos valores de desmatamento detectados na primeira parte do calendário [que começa em agosto] serviram para ações estratégicas de combate ao desmatamento”, diz Heron Martins, engenheiro ambiental e um dos pesquisadores responsáveis pelo SAD, o boletim do Desmatamento produzido pelo Imazon. “A esperança é que se reverta a tendência de aumento dos últimos meses”.
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Em fevereiro de 2013, a maior parte (78%) do desmatamento ocorreu no Mato Grosso, seguido pelo Pará (9%), Tocantins (7%), Rondônia (4%) e Amazonas (2%).
Os maiores percentuais de cobertura de nuvens ocorreram no Amapá (91%) e Roraima (90%). Nesses estados não se detectou perda florestal.
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