Newsletter Política Ambiental | Notícias da Semana #19
12 de fevereiro de 2023
A fotógrafa suíça Claudia Andujar, cuja família foi vítima do Holocausto durante a Segunda Guerra Mundial, dedicou grande parte de sua vida à proteção dos Yanomami. “Trabalho com os Yanomami há 50 anos e continuarei defendendo o povo e suas terras, que estão sendo invadidas por garimpeiros”, diz Andujar, 92, que mora em São Paulo. Seu trabalho fotográfico chega agora ao The Shed, icônico centro cultural no distrito comercial de Manhattan, Nova Iorque, como parte da exposição The Yanomami Struggle (“A Luta Yanomami”), acompanhando desenhos, pinturas e vídeos de artistas da etnia. O acervo de 200 fotografias retrata uma cultura permeada pelo xamanismo e uma relação intrínseca com a floresta amazônica, além de uma longa história de violência, mas também de resistência. Em texto publicado originalmente no site Diálogo Chino, Flávia Milhorance fala sobre esta exposição, que ganhou um peso político sem precedentes após a explosão da crise humanitária enfrentada pelos Yanomami.
Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram uma queda de 61% em janeiro deste ano, quando comparado ao mesmo mês de 2022. No período, foram emitidos alertas para uma área de 166,5 km², o quarto menor valor da série histórica do INPE, responsável pela medição. Em comparação, em janeiro do ano passado, foram emitidos alertas para uma área de 430,4 km². Cristiane Prizibisczki conversa com Márcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, sobre os resultados. Para ele, embora animadores, os números ainda não indicam tendência e precisam ser vistos com cautela.
A Amazônia é uma das principais regiões que produz madeira tropical no mundo. Como forma de fazer o controle do que é retirado da floresta, órgãos ambientais utilizam ferramentas como o Coeficiente de Rendimento Volumétrico (CRV), que é a relação percentual do volume produzido de madeira serrada a partir de um determinado volume de tora. Uma pesquisa realizada pelo INPA, publicada esta semana na revista científica Acta Amazonica, mostrou que o já baixo volume – 35% – para o rendimento na produção madeireira é ainda pior no chão da fábrica: a porcentagem encontrada ao analisar uma serraria foi, em média, de 24,6%. A reportagem de Cristiane Prizibisczki expõe como, das grandes árvores que são retiradas da floresta Amazônica para exploração madeireira, menos de um terço de fato chega ao mercado como madeira serrada. O mecanismo de controle do trânsito e produção madeireira hoje existente facilita a ilegalidade.
Boa leitura.
Redação ((o))eco