Notícias

Ei! Olha pra cá!

O animal desta semana é o tapiti, o rebelde e furtivo coelho das Américas. Foto: Dick Culbert

Rafael Ferreira ·
10 de abril de 2014 · 12 anos atrás

 

Sem querer saber de poses, este pequeno tapiti (Sylvilagus brasiliensis) foi fotografado nos páramos do Monte Chimborazo, Equador. Foto:
Sem querer saber de poses, este pequeno tapiti (Sylvilagus brasiliensis) foi fotografado nos páramos do Monte Chimborazo, Equador. Foto:

O tapiti (Sylvilagus brasiliensis) é um coelho do gênero Sylvilagus, também conhecidos como coelhos-de-cauda-de-algodão (“cottontail rabbit”, em inglês), exclusivos das três Américas. Também conhecido como candimba, coelho-do-mato e coelho-brasileiro, o S. brasiliensis é encontrado do norte da Argentina ao sul do México, mas é espécie nativa do território brasileiro.

Descrito pela primeira vez pelo biólogo Carl Linnaeus, em 1753, na cidade de Pernambuco, o tapiti é um animal de pequeno-médio porte: mede entre 21 e 40 cm de comprimento e pesa até 1,25 kg. Suas orelhas são estreitas e pequenas, se comparadas a de outros coelhos. A cauda em forma de algodão também é reduzida. A pelagem macia tem coloração pardo-amarelado, mais escura no dorso e esbranquiçada no ventre.

Ele habita as bordas de florestas tropicais densas, florestas caducifólias e florestas secundárias, além de regiões de banhados e margens de rios. Também frequenta as roças e pastagens que circundam habitats florestais. É um animal de hábitos noturnos, discreto e solitário. Durante o dia, esconde-se em buracos ou tocas que ele mesmo cava.

Alimenta-se de folhas, cascas, brotos e talos de muitos vegetais.

O coelho-brasileiro, diferente das outras espécies de coelhos (europeus), costuma se reproduzir apenas uma vez por ano. A fêmea cava a toca, forra com o próprio pelo e, em geral, após um período de gestação que varia de 30 a 45 dias, a depender da região, tem só 2 filhotes. Os pequenos nascem de olhos abertos e sem pelos, e em 3 semanas (12 a 18 dias), estão prontos para deixar a toca. A maturidade sexual pode ser alcançada com a idade de 80 dias, embora a maioria das espécies parece esperar até o ano seguinte para acasalar. Tamanho adulto pode ser atingido entre a vigésima terceira e a trigésima semana.

A perda de habitat pelo desmatamento e ocupação humana são uma ameaça para esta espécie, mesmo com sua capacidade de habitar pastagens e florestas secundárias. Como o efeito do desmatamento sobre a abundância de S. brasiliensis não é bem conhecido e a espécie ainda é bem comum e distribuida, a Lista Vermelha da IUCN a classifica como Pouco Preocupante.

 

Leia também
A ave mascarada
“Eu nasci de óculos”
Um peixe fora d’água

 

 

 

Leia também

Notícias
19 de dezembro de 2025

STF derruba Marco Temporal, mas abre nova disputa sobre o futuro das Terras Indígenas

Análise mostra que, apesar da maioria contra a tese, votos introduzem condicionantes que preocupam povos indígenas e especialistas

Análises
19 de dezembro de 2025

Setor madeireiro do Amazonas cresce à sombra do desmatamento ilegal 

Falhas na fiscalização, ausência de governança e brechas abrem caminho para que madeira de desmate entre na cadeia de produção

Reportagens
19 de dezembro de 2025

Um novo sapinho aquece debates para criação de parque nacional

Nomeado com referência ao presidente Lula, o anfíbio é a 45ª espécie de um gênero exclusivo da Mata Atlântica brasileira

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.