Reportagens

Recolham suas pranchas

Ibama obriga surfistas a ficarem longe das áreas de pesca em Santa Catarina, durante o período de procriação da tainha. Até 15 de julho, o mar é delas.

Carla Lins ·
16 de junho de 2005 · 20 anos atrás


Os pescadores se arvoram em fiscais da medida, defendendo seus peixes, entrando em conflito com os surfistas que teimam em invadir a área determinada pelo Ibama. Os fiscais do órgão garantem que a interdição é necessária no período de procriação.

A tainha, desde sempre, e o surfista, recentemente, são presenças constantes no litoral catarinense. O vereador e presidente da Associação Catarinense de Surf, Xandi Fontes, foi estudar a Constituição para tentar abrir uma brecha na proibição, sem sucesso. Ele acha que a medida foi tomada com base numa lei municipal e não a aceita. Quer as ondas para seus associados: “É preciso um acordo entre os pescadores e surfistas, já que ambas atividades são típicas de Santa Catarina”, argumenta.


Resultado: vira e mexe sai briga numa praia. A confusão começa quando pescadores e surfistas invadem um a área do outro. O líder dos surfistas diz que “já é de conhecimento local que quando o mar está com menos de um metro ele é exclusivo para a pesca de rede. Se estiver maior é a vez dos surfistas terem essa exclusividade. As agressões são por pessoas de fora, que não conhecem esse acordo, nas praias do norte da ilha de Florianópolis e de Garopaba”.


A pesca da tainha (foto) em 2005 espera atingir as 1.800 toneladas pescadas no ano passado. Os cardumes migram nessa época do Rio Grande do Sul para procriarem na costa catarinense.

A Festa da Tainha, em julho, é o ponto alto do calendário manezinho e o fim da confusão. Neste dia, surfistas e pescadores confraternizam comendo o peixe, assado em folhas de bananeira.

*Carla Lins tem 21 anos e é recém-formada jornalista em Florianópolis.

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