
Se você acha que o aumento da temperatura planetária é a maior ameaça à biodiversidade, pode tirar seu cavalinho da chuva. Conforme o professor de zoologia Thomas Lewinsohn, da Universidade de Campinas, outros fatores devem ser incluídos nessa conta, como o próprio aumento na quantidade de gás carbônico na atmosfera, elevação dos níveis de hidrogênio, recrudescimento de problemas com espécies invasoras e mudanças no uso do solo por desmatamento e queimadas. “Os efeitos desses processos não são independentes e podem ter efeitos surpreendentes sobre as espécies”, disse.
Uma planta encontrada no Cerrado, a arnica-do-mato (Chromolaena odorata), tornou-se uma grande invasora de regiões na América do Sul. Com base nas características climáticas dos locais onde sobrevive, um time de pesquisadores encabeçado por Lewihson projetou onde ela poderia ganhar ainda mais espaço em porções da Ásia, Oceania e África.
“Descobrimos áreas de grande risco para sua instalação, onde ela pode se tornar uma praga importante com o aumento da temperatura”, comentou. Mas a descoberta mais interessante do grupo foi observar que abelhas e outros polinizadores deixavam de lado florestas nativas atraídos pelas intensas floradas da plantinha brasileira. “Esse fenômeno mostra uma invasão biológica que pode ganhar força com o aumento da temperatura e ameaçar florestas”, ressaltou.
Leia cobertura completa do CBUC 2009 em http://www.oeco.com.br/cbuc-2009 ou no Twitter
Leia também

Projeto que reduz licenciamento ambiental passa em comissões do Senado e vai ao plenário
PL 2159/21 prevê autorização autodeclaratória e menos proteção a povos tradicionais e unidades de conservação. “Implosão”, define o Observatório do Clima →

Petrobras avança mais uma etapa no processo para exploração da Foz do Amazonas
Ibama aprova plano da petrolífera sobre fauna atingida. Anúncio contraria parecer técnico e acontece dias depois de presidente da empresa dizer “Vamos perfurar” →

Agenda do presidente definirá data de anúncio do plano de proteção à biodiversidade
Previsão é que até 5 de junho o governo publique decreto com diretrizes da estratégia nacional, que envolve também setor privado e sociedade civil →