
As baleias, as tartarugas, as toninhas devem estar chorando. Perderam um antigo e ferrenho defensor e protetor. O Ibsen se foi. Nós também estamos chorando. Estamos seguros que ninguém lutou como ele no Brasil para conservar a natureza e os recursos naturais renováveis. Um Almirante, um conservacionista de alta linhagem, um paleontólogo, um grande pintor e um ser humano reto, altruísta, profundamente honesto em todos os aspectos da vida. Difícil outro ser humano como ele. Difícil outro conservacionista como ele.
Ele demarcou a primeira área marinha protegida do Brasil: a Reserva Biológica de Atol das Rocas. Se existe a Reserva Biológica do Rio Trombetas é graças a ele. Se existe, como Parque Estadual, o de Carlos Botelho em São Paulo, foi pela sua luta. Se as baleias franca e jubarte recuperaram suas populações foi pela sua aliança com o Truda. Deu seu nome e seus esforços na presidência de duas das mais importantes ONGs brasileiras: a FBCN e a Fundação Biodiversitas.
Morreu sendo membro do conselho por 23 anos da mais importante Fundação de proteção da natureza no país: a Fundação Boticário.
Seus trabalhos foram pouco reconhecidos em termos de homenagens, mas cá estamos nós querido e eterno amigo para testemunhar quem foi você e para dizer aos nossos descendentes que homens como você de fato existiram e fizeram pela nossa nação muito mais que políticos e heróis homenageados.
Um adeus choroso, pois eu inocentemente queria que você vivesse para sempre.
Leia também
Almirante Ibsen: uma vida dedicada ao Meio Ambiente
Do mar se vê mais longe – com Ibsen Gusmão Câmara
O novo Código Florestal não pode cair no limbo
O Almirante verde
Um colossal dilema para a humanidade
A expansão humana e o encolhimento da biodiversidade
Leia também

“O poder da juventude está em aproximar realidades cotidianas dos espaços de decisão”
Cientista ambiental da Rede Favela Sustentável avalia papel do jovem no enfrentamento da crise climática, tema-foco do IV Fórum Terra 2030 →

Onda de apoio a Marina Silva após ataques sofridos no Senado une ministras, governadoras e sociedade civil
Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima foi alvo de violência política e de gênero durante audiência de comissão →

O PL da Devastação e a falsa promessa do progresso
Quando a destruição é vendida como desenvolvimento →