Salada Verde

ICMBio implanta barreira na entrada da Flona do Jamanxim

Para coibir o desmatamento, órgão restringiu acesso pelo ramal Marajoara. Para as autoridades, dificultar a chegada de insumos impede a entrada e permanência de infratores

Sabrina Rodrigues ·
9 de agosto de 2018 · 6 anos atrás
Salada Verde
Sua porção fresquinha de informações sobre o meio ambiente
Agentes de fiscalização restringindo o acesso à Flona . Foto: ICMBio.

Após perder uma área maior que 47 parques Ibirapueras entre abril e maio, o Instituto Chico Mendes (ICMBio), que administra a Floresta Nacional do Jamanxim, em Novo Progresso, Pará, resolveu criar uma barreira restringindo o acesso à Flona no ramal Marajoara, rota identificada como um dos principais acessos a vetores do desmatamento no interior da unidade. Em 3 meses, a área protegida teve cerca de 7.500 hectares de florestas derrubadas, segundo o Boletim de Desmatamento (SAD), do Imazon.

Com o objetivo de coibir o desmatamento na região, desde meados de julho nenhum veículo entra na Flona pelo Ramal Marajoara sem autorização da Unidade Especial Avançada (UNA/Itaituba) responsável pela gestão de 12 (doze) Unidades de Conservação da área de influência da BR-163 e da BR-230. A ordem é parar todos os veículos, identificar e fotografar seus ocupantes. O principal objetivo da ação é a prevenção, pois, segundo as autoridades, dificultar a chegada de insumos é dificultar a entrada e permanência de infratores na Flona.

“Sem insumos, principalmente combustível, estamos inviabilizando o desmate na unidade, pois para praticar este crime é necessário logística de transporte”, explica o coordenador da etapa, Brunno Kuhn Neto, analista ambiental da UNA.

Boi na Floresta nacional do jamanxim em 2015, problema antigo. Foto: Rodrigo Baleia/ Greenpeace.

Fica permitido apenas 20 litros semanais de diesel para as fazendas que ficam dentro da Flona, porém é preciso que elas estejam no CAR (Cadastramento Ambiental Rural).

Na barreira estão agentes de fiscalização do ICMBio e um alojamento com comunicação via internet com policiais ambientais. A operação conta com o apoio do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) nas áreas de geoprocessamento e comunicação com o uso de drones para monitoramento de supostos ilícitos ambientais, identificação de áreas de desmate e levantamento de alvos.

 

*Com informações da Assessoria de Comunicação do ICMBio.

 

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    Repórter especializada na cobertura diária de política ambiental. Escreveu para o site ((o)) eco de 2015 a 2020.

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Comentários 7

  1. Marina Silva diz:

    Poderiam usar minas terrestres para bloquear os ramais. O Exército tem pilhas sem uso


  2. Tio Sam diz:

    Meu caro…, antes fechar seu julgamento veja em que condições o recém concursado iria assumir a gestão do problema local. Seria por demais temeroso por parte da administração exigir a permanencia de qquer servidor lá sem as minimas condições de segurança. Ademais o problema dos grilos na flona remontam há muitos anos, sem falar na máfia dos madeireiros de NP e dos garimpos, esperar que um servidor sozinho leve no peito e enfrente as mafias infiltadas ali é querer transforma-lo num martir da causa ambiental… pense!!!


    1. peixada sim diz:

      Então que não abrissem vagas para lá, ora essa!!! E ninguém tá falando de "assumir sozinho", "levar no peito", essas besteiras..teria de ser uma ação institucional, planejada…adjetivos que não se encontra no citado Instituto Chico Mendes, que não consegue ser institucional nem no nome


      1. Tio Sam diz:

        De fato, as autarquias da área federal vinculadas ao MMA são controladas por indicados politicos, que nem sempre tem compromisso c/ a causa ambiental, no máximo cumprem a tabela do "faz de conta" e seguem a risca as diretrizes de quem os indicou, não é?!


        1. Gisele diz:

          A maior parte dos chefetes não é indicado político, é peixe da panelinha da casa mesmo


    2. decepcionAAdo diz:

      E mesmo correndo o risco do "martírio", a maioria dos concursados foi pro local da vaga onde passaram, em acordo com o EDITAL do concurso. Exceto aqueles que tinha "QI", esses foram salvar a Amazônia lá de Brasília mesmo


  3. tem peixada diz:

    Se o Icmbio se importasse mesmo com o Jamanxin, tinha mandado ficar lá quem passou no concurso pra vaga lá, mas não