Com a ajuda de Benin e Costa do Marfim, países baleeiros conseguiram barrar, por um voto, a criação do Santuário de Baleias no Atlântico Sul, proposta que o Brasil defende há 23 anos na Comissão Internacional da Baleia (CIB, ou IWC, em inglês). A votação final teve 40 votos a favor, 14 contra e 3 abstenções. Havia 53 países na reunião e o regimento exige que pelo menos 75% dos países presentes votem sim para que uma proposta seja aceita.
“Quem votou contra foram países baleeiros ou países pobres apoiados por países baleeiros – basicamente países ilhas do Caribe e Pacífico e países da costa oeste da África”, explica Braulio Dias, diretor do Departamento de Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente.
Debatida desde 2001, a proposta foi rejeitada nas últimas três reuniões da IWC. Antes disso, ela também havia sido recuada em outras reuniões da CIB.
A oposição, liderada pelo Japão, veio da Noruega, República do Palau, Togo, Marrocos, Nauru, Costa do Marfim, Camboja, Benin, Antígua e Barbuda e outros países ilhas.
A principal novidade nessa derrota recorrente foi o voto contrário de Benin, cujo presidente, em visita ao Brasil em maio, fez uma declaração conjunta com o presidente Lula em apoio à criação do Santuário. Mesmo assim, o diplomata representando o país na IWC decidiu contrariar a promessa.
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