Reportagens

Pé na lama, com estilo

Alta temporada de esportes ao ar livre é época também de lançamentos. Fabricantes esbanjam tecnologia, design e originalidade em tênis, roupas e equipamentos.

Maria Beatriz Mussnich Pedroso ·
8 de julho de 2005 · 19 anos atrás

O mês de julho é ótima época para praticar esportes ao ar livre. A alta estação também estimula os fabricantes a lançar novas linhas de acessórios e equipamentos. Práticos, bonitos ou extremamente criativos, os produtos trazem tecnologia de ponta, o que costuma resultar em preço salgado. Por isso, convém pesquisar o que as melhores marcas estão oferecendo para fazer a escolha certa.

Em atividades como caminhada e corrida de aventura, o conforto é essencial. As linhas de tênis feitas para quem leva esses esportes a sério têm que ser mais do que esteticamente atraentes. Lançamentos recentes chegam ao requinte de se adaptar aos diferentes formatos e “imperfeições” dos pés dos atletas. O popular “pé chato” é tecnicamente definido como um pé de “pouca curvatura no arco plantar”. O que resulta numa pisada inclinada para o lado interno, que começa no calcanhar e acaba no dedão, também conhecida como pronada. Quem tem pés normais também tende a pisar pronado, mas com menos intensidade. Para amortecer pisadas assim, a Asics criou o “Kayano 11” (foto), vendido em média por R$ 500, que tem um gel para a absorção do impacto. A Adidas oferece o “Adistar Control” (R$ 400) e a Puma, o “Complete Taranis” (R$ 616).

Já a pisada supinada é mais rara. Provocada por pés cavados, ou seja, com curva acentuada no arco plantar, é a chamada “pisada para fora”, com peso na borda externa do pé. O “Nimbus” (R$ 479), da Asics, ameniza esta distorção também graças a um gel próximo à sola, que se molda à pisada. Assim como o “Wave Creation 6” (foto, R$ 500), da Mizuno, ele tem a vantagem de ser melhor ventilado. A Mizuno também se gaba de ser a única marca aprovada pela Sociedade Brasileira de Medicina de Esporte.

Mas o cúmulo da especialização tem tecnologia nacional e ainda por cima um preço mais acessível. Atende pelo chamativo nome de Rainha “System 3000 Explosion” (R$ 200), e promete atender todos os tipos de pisada: neutra, pronada e supinada. Mas a revista especializada O2 faz uma ressalva: os beneficiados pelo modelo são apenas aqueles que apresentam diferença nas pisadas do pé esquerdo e do pé direito. “Pronadores” e “supinadores” severos, segundo a revista, devem desistir do Explosion.

Uma novidade internacional, mas que ainda não chegou ao Brasil, é a sapatilha “Nike Free”, lançado em abril. Ela serve tanto para caminhada quanto para corrida e é tão leve que provoca a sensação de se estar com os pés descalços pisando numa superfície lisa, o que garante, além do conforto, flexibilidade e proteção contra lesões. Seu design é elegante e o faz parecer com um tênis social. Na Internet, é vendido em média por 90 dólares (cerca de 216 reais, fora taxa de entrega).

Para o trekking, o tênis da Adidas “Adistar Trail” (R$ 400) garante proteção dos pés, pois traz a tecnologia GCS (Ground Control System), inovação estudada durante quatro anos nos laboratórios da empresa alemã. O GCS permite o nivelamento das pisadas em terrenos irregulares e amortece impactos horizontais e verticais. Outra boa dica para esse esporte são os modelos impermeáveis, com tecido Gore-Tex, que bloqueia a entrada de água mas não impede a transpiração. Exemplos são a bota “Trail Vision” (foto, R$ 475) e o tênis “Trail Lizard XCR” (R$ 450), ambos da Timberland.

Entre os acessórios, destaque para o fogareiro “Internationale”, da MSR, que ainda nem foi tabelado. É ideal para montanhistas, porque funciona com combustíveis como benzina e gasolina, que não congelam em grandes altitudes como o gás.

Mas curiosos mesmo são os lançamentos de tecidos “mágicos”, como o “TechSkin”. Os vendedores juram que ele tem a característica mágica de se recompor em caso de perfurações. Basta esfregá-lo com os dedos que o tecido cobre o furo e segue-se em frente. É o mérito da membrana chamada “Wind Stopper”. Como o nome diz, ela também ajuda a enfrentar ventanias, mas tem um defeito: não segura uma chuva forte. Vai entender os fabricantes… O “TechSkin” está presente em jaqueta da marca Kailash (foto, R$ 130).

No mesmo quesito, chegou há pouco tempo no Brasil a toalha super-absorvente “Tek Towel” (R$ 33), ideal para o montanhismo. É leve e compacta, e garante secagem rápida mesmo em caso de chuva forte.

Os pára-quedistas vão gostar do “Wing Suit” (US$ 1049), roupa lançada no exterior pela marca BirdMan É como um macacão estufado, que aumenta a área do corpo e conseqüentemente o atrito com o ar. O resultado é que a velocidade da queda diminui de uma média de 200 km/h para 70 km/h, podendo até salvar vidas em caso de pane no equipamento. Ao mesmo tempo, a roupa especial permite evoluções frontais muito mais rápidas. Assim, o pára-quedista ganha “autonomia de vôo”, podendo se deslocar por distâncias maiores. Mas o “WingSuit” só é indicado para quem tem muita experiência, ou seja, pessoas que já tenham dado pelo menos 500 saltos ou 200 no último ano. Isto porque a roupa diminui a maleabilidade e o controle do corpo, que fica praticamente imobilizado. Numa emergência, o pára-quedista precisa saber como manejar no ar a soltura de certas partes do macacão. Ingrediente que torna o produto ainda mais atraente para quem gosta de experiências radicais.

Alguns sites de equipamentos esportivos:
Mizuno
Adidas
Nike
Asics
Kailash
Casa do alpinista
Montcamp
Equinox
Sport Society

* Maria Beatriz Müssnich Pedroso é estudante de jornalismo na PUC-Rio.

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