Newsletter Política Ambiental | Notícias da Semana #25
26 de março de 2023
Dar continuidade à construção do Rodoanel Norte, trecho da rodovia que circunda a região metropolitana de São Paulo, foi uma promessa de campanha e ação considerada prioritária desde que Tarcísio de Freitas foi eleito governador do estado, em outubro de 2022. Batendo com força o martelo em um leilão na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, nesta última quarta-feira (15), o governador comemorou a concessão da obra, paralisada desde 2018. Com 44 km de extensão no eixo principal, 3 ou 4 faixas por sentido e sete túneis duplos, o trecho passará pelos municípios de São Paulo, Arujá e Guarulhos. O traçado da via tem proximidade com a Serra da Cantareira, importante remanescente da Mata Atlântica e uma das maiores florestas urbanas do mundo, parte da Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo (RBCVSP). A reportagem de Débora Pinto trata da maior obra de infraestrutura do estado, que é marcada por irregularidades e entraves ambientais desde o seu início, o que levou à série de atrasos e paralisações.
Endereçada à autoridades das esferas federal e estadual na última semana, a carta do Fórum em Defesa das Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais da Bahia cobra agilidade na regularização dos territórios de comunidades indígenas, quilombolas e tradicionais. A titulação dos territórios das comunidades e povos tradicionais é uma medida fundamental para garantir sua sobrevivência e, consequentemente, dos ecossistemas naturais com os quais eles convivem e protegem há gerações. Na Bahia, o atraso na implementação dessa política tem provocado danos sociais e ambientais, que incluem agressões e mortes de pessoas e aniquilação de milhares de hectares de vegetação nos biomas Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga, intensificando a insegurança hídrica de comunidades e cidades e a vulnerabilidade local e global frente à crise climática. Fernanda Couzemenco escreve sobre o embate travado entre comunidades quilombolas e os desmandos da Suzano Papel e Celulose, cujos monocultivos de eucalipto avançam sobre as áreas das comunidades tradicionais.
Aldem Bourscheit conversou com Ana Paula Prates, diretora do novo Departamento de Oceano e Gestão Costeira, do remodelado Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, para entender os novos cenários que se apresentam com a assinatura do primeiro tratado internacional para a preservação do alto-mar. Aprovado pelas Nações Unidas no início de março, em Nova Iorque, Estados Unidos), o tratado pode influenciar decisivamente o futuro de ambientes e da biodiversidade em águas que tomam ⅔ do planeta, fora dos domínios de cada país. Para tanto, é necessário acelerar a sua implantação global, que pede itens como critérios para a criação e a gestão de áreas marinhas protegidas, para assegurar a movimentação global de baleias e outras espécies migradoras, para o uso de recursos minerais e genéticos com valorização crescente nos mercados internacionais.
Boa leitura.
Redação ((o))eco