De Rafael Nunes
Excelente texto, Prof. Fernando!
Meu nome é Rafael Nunes e sou estudante de Biologia em Brasília, DF. Tive a oportunidade de assistir a sua palestra no Congresso de Ecologia em Caxambu (Caos determinístico) e desde então me interessei, ainda mais, pela Ecologia, Biologia da Conservação e pela forma que divulga a ciência.
Sobre a extinção de espécies, gostaria de ressaltar o caso da Ararinha azul (Cyanopsitta spixii), extinta da natureza em 2000. Obviamente, não é preciso se esforçar para descobrir as causas da extinção da espécie (tráfico, fragmentação de habitat, etc), porém, algumas pessoas afirmam veementemente que a espécie já estava em vias de extinção, como uma população em “vortex”.
Já ouvi isso em relação a algumas espécies de aves, todas elas com distibuição restrita ou alimentação especializada como a Arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari) ou o Pato mergulhão (Mergus octosetaceus), ambos criticamente ameaçados. A moda seria sugerir que essas população “já seriam extintas naturalmente”, deixando de fora o homem do processo.
O que eu quero dizer é que, em certas ocasiões, a humanidade está se eximindo da real culpa na extinção das espécies e para fazer isso, utiliza vários artifícios: criando dogmas (no caso dos pinguins, que seriam restritos ao sul); mitificando as espécies como criaturas de outro mundo (caso dos Dodos, Raphus cucullatus, extinto por meados do século XVII) e até utlizando teorias ecológicas complexas (o caso das araras brasileiras).
Eu mesmo, até poucos minutos atrás, fazia parte do grupo daqueles que achavam que os Pinguins preferiam o sul por pura vontade da natureza, ignorando por completo a extinção cruel da espécie e, dessa forma, deixando de questionar e argumentar o papel do homem na extinção das espécies!
Obrigado por oferecer essa oportunidade de leitura!
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