![A onça-parda (Puma concolor) é conhecida por ter hábitos solitários e atividades predominantemente noturnas. Foto: Valerie/Flickr.](https://i0.wp.com/www.oeco.org.br/wp-content/uploads/2017/06/Puma-concolor-Foto-Valerie-Flickr.jpg?resize=640%2C427)
Uma câmera registrou a presença de três espécimes de onça-parda (Puma concolor), também conhecida como suçuarana, puma ou onça-vermelha. Os animais estavam na área conhecida como igarapé do Ubim, dentro da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã, no estado do Amazonas. O registro aconteceu em março e foi feito através de armadilhas fotográficas instaladas pelo Grupo de Pesquisa Ecologia e Conservação de Felinos na Amazônia do Instituto Mamirauá.
Primeiramente, a imagem registra a presença de duas onças que caminham pela floresta por volta do meio dia. Enquanto uma se afasta da vista da câmera, a terceira suçuarana se aproxima.
O fato deixou os pesquisadores entusiasmados, pois acreditam se tratar de uma cena rara, uma vez que esses animais são conhecidos por terem hábitos solitários e atividade predominantemente noturna. “Eu me surpreendi, realmente, não imaginei que três pumas fossem andar juntas e estavam tranquilas, não era uma situação de conflito. Talvez seja o que eles chamam de vadiação, acasalamento, um comportamento reprodutivo”, afirma o pesquisador do Instituto Mamirauá, Diogo Gräbin.
A onça-parda (Puma concolor) é um felino nativo das Américas. Graças à sua adaptabilidade, é encontrada em qualquer região e tipo de habitat do continente, como florestas tropicais, desertos e montanhas. É o segundo felino mais pesado das Américas, atrás apenas da onça-pintada, podendo pesar até 72 kg. A suçuarana possui coloração uniforme do pelo, que varia do cinzento ao marrom-avermelhado. O período de gestação pode durar entre 90 e 96 dias e geralmente as fêmeas têm de 3 a 4 filhotes, a cada 2 anos
Conhecendo a biodiversidade da Amazônia
Há pouco tempo, os pesquisadores e assistentes de campo percorreram o igarapé do Ubim, dentro da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã, para executar coleta de dados e reinstalarem armadilhas fotográficas como o objetivo de monitorar a fauna de vertebrados terrestres. Trabalho considerado essencial para conhecer e investigar a biodiversidade da Amazônia. São quarenta e três estações, ou seja, pontos da floresta onde são instaladas duas armadilhas fotográficas.
“As estações são montadas e programadas a cada dois meses, em média. Nesse período, cada armadilha fotográfica registra cerca de 900 a 1.500 fotografias. Material valioso para análises de identificação e características biológicas, que já estão sendo feitas pela equipe de pesquisadores do Instituto Mamirauá”, explica Diogo Gräbin.
Monitoramento da onça “Fofa”
Desde 2016, o Instituto Mamirauá monitora Fofa, uma fêmea de onça-pintada, quando ela estava grávida de dois animais. O que impressionou os pesquisadores é que Fofa já tinha tido outro filhote antes e eles acharam o espaço de tempo entre as gestações muito pequeno. No período de monitoramento de Fofa, armadilhas fotográficas instaladas na floresta registraram imagens dela na companhia de outra onça-pintada.
O sinal de Fofa foi monitorado através de um rádio colar colocado no seu pescoço. A equipe do Instituto Mamirauá, formada pela pesquisadora Wezddy Del Toro e o assistente de pesquisa, Valciney Martins foram os responsáveis pelo acompanhamento do animal.
Assista ao vídeo:
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Onde menos se espera, Suçuarana
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Trata-se da mãe e de dois filhotes sub-adultos.
Sim, esse que fica olhando pra câmera é certamente o chamado "filhotão"