A cidade vizinha de Banff, Canmore, está numa campanha imensa para banir o saco plástico, seguindo o exemplo de outras cidades tanto do Canadá quanto dos EUA. San Francisco, na Califórnia, fez isso com os grandes supermercados e farmácias.
“Provavelmente pouca coisa nos faz sentir mais culpados em poluir o planeta do que plástico”, diz Ashley Lubyk, bacharel em Ciência Ambiental pela Universidade de Calgary e coordenador do programa Waste Wise da ONG Clean Calgary Association, acrescentando: “é uma substância tão ruim que muitas pessoas simplesmente querem se livrar dela, talvez porque nos traga permanentemente uma sensação desconfortável”.
Segundo Tony Andrady, o maior expert em plásticos no meio ambiente do mundo, tirando uma pequena porção de plástico que foi incinerado, o resto dos plásticos desenvolvido e feito nos últimos 50 anos ainda está aí, em algum lugar, espalhado pelo meio ambiente. Uma enorme quantidade flutua nos oceanos, tornando o plástico a coisa mais comum que se encontra nos mares hoje em dia. É claro que uma enorme quantidade também se encontra nos aterros sanitários e lixões onde a falta de oxigênio, sol e água garante que eles ficarão por lá, preservados, por milhares de anos.
Como tudo isso é amplamente noticiado, muita gente já tomou suas providências e usa sacolas reutilizáveis nos supermercados, reduzindo o uso e a necessidade de sacolas plásticas. Mas basta olharmos em volta e nos nossos hábitos para percebermos que deixar de usar totalmente o plástico parece impossível. Plásticos biodegradáveis/compostáveis começaram a aparecer no mercado e podem parecer uma opção mas, assim como todo material orgânico enviado para o aterro, faz mais mal do que parece. Material orgânico quando decomposto em um processo anaeróbico (sem oxigênio) libera metano (CH4) no processo e metano é 20 vezes mais poderoso do que o dióxido de carbono (CO2) na desastrosa tarefa do aquecimento global.
“Por isso que compostagem é um exercício tão benéfico: quando você introduz oxigênio no seu composto, revolvendo-o, a bactéria que produz metano deixa de crescer, propiciando uma terra saudável e complexa”, explica Lubyk. Mas o que fazer com seu lixo? Como enviá-lo para o aterro? Se você já recicla tudo que pode e ainda composta, seu lixo já deve ter sido reduzido a mais da metade. O que resta poderá ser acondicionado em sacolas de plástico de supermercado ou, melhor ainda, em sacolas de plástico reciclados. Combinar a reutilização com a reciclagem tendo como objetivo a diminuição é a melhor receita para chegarmos, quem sabe, no desperdício zero (zero waste).
Leia também
Número de portos no Tapajós dobrou em 10 anos sob suspeitas de irregularidades no licenciamento
Estudo realizado pela organização Terra de Direitos revela que, dos 27 portos em operação no Tapajós, apenas cinco possuem a documentação completa do processo de licenciamento ambiental. →
Protocolo estabelece compromissos para criação de gado no Cerrado
Iniciativa já conta com adesão dos três maiores frigoríficos no Brasil, além de gigantes do varejo como Grupo Pão de Açúcar, Carrefour Brasil e McDonalds →
Com quase 50 dias de atraso, Comissão de Meio Ambiente da Câmara volta a funcionar
Colegiado será presidido pelo deputado Rafael Prudente (MDB-DF), escolhido após longa indefinição do MDB; Comissão de Desenvolvimento Urbano também elege presidente →