Newsletter Política Ambiental | Semana #17
26 de janeiro de 2023
Agora os indígenas estão falando. Eles têm voz efetiva à frente de instituições governamentais como a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), chefiada por Joênia Wapichana, e com o recém-criado Ministério dos Povos Indígenas, sob comando de Sônia Guajajara. E é por ocuparem uma posição institucional inédita na história do país, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que conseguiram escancarar o estado de emergência na saúde dos povos que vivem sob a proteção da Terra Indígena Yanomami (TIY) – os Yanomami, os Y´kewa e os povos isolados.
Estima-se a presença de aproximadamente 30 mil indígenas dentro desta que é a maior Terra Indígena brasileira, com cerca de 9,8 milhões de hectares entre os estados de Roraima e Amazonas. Um território e seus habitantes que há muito se sabe estão ameaçados pela crescente invasão de garimpeiros ilegais, como as reportagens selecionadas sobre o assunto por ((o)) eco podem esclarecer.
Durante o governo de Jair Bolsonaro a retórica anti-ambiental e anti-indígena presidencial apresentava, não raramente, a demarcação de novas Terras Indígenas como contraponto à exploração de minérios nesses territórios. O ex-mandatário propôs e apoiou o Projeto de Lei nº 191/2020, que visa explicitamente permitir atividades econômicas em Terras Indígenas, sem criar restrições que impeçam o avanço do garimpo da forma como ele se apresenta neste momento - apoiado localmente, no caso de Roraima, pelo próprio governador.
Agora que os indígenas estão falando, e diante das imagens chocantes, a questão da saúde dos Yanomami e do garimpo ilegal – que contamina e adoece ambientes, bem como aqueles cujos modos de vida deles dependem e a eles preservam – ganharam grande repercussão midiática. Entretanto, ainda não foi apresentado um plano de ação sobre como se pretende enfrentar a urgente tarefa da desintrusão da TIY. Nós seguiremos escutando.
Débora Pinto
Jornalista de ((o)) eco
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