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O Brasil diz que aceita metas obrigatórias para reduzir emissões

Em discurso em Durban, ministra do Meio Ambiente oferece compromisso do Brasil a assumir metas vinculantes a partir de um acordo que comece em 2020.

Flávia Moraes ·
8 de dezembro de 2011 · 11 anos atrás
Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, em seu discurso. Foto: twitter oficial do Brasil na COP17
Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, em seu discurso. Foto: twitter oficial do Brasil na COP17
Após de negociar pessoalmente a aprovação do novo Código Florestal no Senado, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, chegou a Durban para o período final das negociações da COP17. Em seu discurso no plenário, afirmou que é preciso assegurar compromissos das partes para que não haja uma lacuna entre a primeira e a segunda fase do Protocolo de Quioto, que deve iniciar após 2020.

Para garantir isso, o Brasil está negociando para que todos se comprometam e implementem suas promessas feitas em Copenhagen e Cancún. “Se todos trabalharmos juntos poderemos negociar o mais cedo possível um novo instrumento legalmente vinculante sobre a convenção, baseado nas recomendações da ciência que inclua todos os países para o período imediatamente pós 2020”, afirma (leia o discurso na íntegra).

Nesse sentido, o embaixador Luiz Alberto Machado, negociador-chefe do Brasil, reafirmou o seu otimismo de que não haverá um vácuo de ações contra as mudanças do clima até a próxima fase de Quioto, pois revela que as conversas estão evoluindo e que todos os países estão dispostos a se comprometer com suas metas dos acordos anteriores até a próxima década. Ele declara que o Brasil está negociando seriamente como será esse instrumento legalmente vinculante para a segunda fase e que para efetivá-lo seria interessante os países amadurecerem as perspectivas com seus congressos, a fim de não haver vetos posteriores.

As negociações seguem até amanhã, quando deverá haver a elaboração do texto final da COP17.

LEIA A COBERTURA COMPLETA COP 17

  • Flávia Moraes

    Jornalista, geógrafa e pesquisadora especializada em climatologia.

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Comentários 1

  1. num país de faz de conta, por mais deploráveis que sejam as iniciativas de algumas casas legislativas estaduais, e dos próprios especuladores, criminosos ambientais, que surfam na esperança da impunidade, a lentidão da justiça apenas reforça a sensação dessa impunidade. Enquanto o Brasil não se tornar um país sério, em que as leis e a constituição são para valer, as lamentações dos ambientalistas, como eu e outros, serão inócuas. Triste e desanimador reconhecer essa realidade, que favorece aos que causam danos ao meio ambiente. Privatizam-se os ganhos às custas dos estragos ao meio ambiente – perda de todos – socialização dos prejuízos…