Salada Verde
Senadora irritada
A senadora Kátia Abreu (DEM/TO), presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e relatora da MP 458, confirmou agora à tarde que vai processar a não-governamental Greenpeace por danos morais. Segundo a senadora, ela não irá mais “tolerar que esta ong minta sobre o que o setor produtivo está fazendo no Brasil. A Amazônia não está sendo derrubada pelos pecuaristas". Na última terça-feira, ativistas do Greenpeace tentaram entregar a faixa de “miss desmatamento” à senadora, no prédio do Senado, mas foram impedidos por policiais. No domingo, a ONG divulgou relatório que acusa criadores de gado da Amazônia de serem os maiores responsáveis pelo desmatamento.
O processo contra a entidade será feito em parceria com o economista Roberto Gianetti da Fonseca, presidente a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). O documento deve ser protocolado ainda este mês. Segundo Gianetti, a produção de carne bovina na Amazônia é insignificante e não causa danos ao bioma.
Segundo Paulo Adário, coordenador da campanha Amazônia do Greenpeace, se o processo realmente acontecer, tanto a senadora quanto Roberto Fonseca estarão abrindo ação contra a pessoa errada. “Tem que fazer ação contra o próprio governo, que já em 2004 divulgou relatório informando que a pecuária era responsável pela maior parte do desmatamento na Amazônia. Todas as fontes de informação do nosso relatório estão referenciadas no final do documento”, disse Adário. Segundo ele, a acusação de que o Greenpeace mente sobre as ações do setor produtivo também não é correta. “Estamos é chamando a atenção da indústria para que, se ela quer ser competitiva no mercado internacional, tem que ser sustentável”.
No mesmo evento em que a senadora confirmou o processo contra o Greenpeace, o encontro nacional do PSDB, que está sendo realizado em Foz do Iguaçu (PR), Kátia Abreu também declarou que não tem mais o que conversar com o ministro Carlos Minc (Meio Ambiente), que chamou os pecuaristas de “vigaristas”, no final de maio. “O presidente da República é quem deve assumir o seu ministro. Eu quero encerrar este assunto, é muito desgastante”, teria dito a senadora.